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Corinthians deixa de faturar uma bolada no futebol feminino...
Maria Beatriz de Teves

Jornalista formada pelo Mackenzie. Apaixonada por esportes, futebol feminino e assuntos que promovem o debate em geral. No Meu Timão desde maio de 2022.

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Corinthians deixa escapar uma bolada no futebol feminino...

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Corinthians deixa escapar uma bolada no futebol feminino...

Corinthians deixa escapar uma bolada no futebol feminino...

Foto: Montagem / Meu Timão

No fim da última temporada, o Corinthians viu nada menos que NOVE jogadoras deixarem o clube sem que o clube ganhasse um centavo com essas saídas. O motivo? Simples: contratos acabando e as atletas saindo de graça. Foi um golpe duro nos cofres do clube, que deveria ter sido mais cuidadoso nas renovações e nas negociações.

Agora, o cenário começa a mudar com a saída da zagueira Dani Arias, que vai ser vendida para o futebol norte-americano por quase 900 mil reais. Esse valor pode ser a terceira MAIOR venda da história do futebol feminino brasileiro. Mas me pego pensando… Se essa zagueira, de 30 anos, vai ser comprada por esse preço, quanto o Corinthians conseguiria tirar com a venda de outras jogadoras que saíram sem deixar nada para o clube?

Pensa comigo: Jheniffer, atacante de 23 anos, goleadora, uma das melhores do Brasil, foi para o Tigres, do México… E o Corinthians nada arrecadou! Imagina o que o clube poderia ter feito se tivesse negociado a camisa 9 antes de sua saída, principalmente considerando a escassez de atacantes tão decisivas como ela no mercado? Ela saiu de graça! O mesmo vale para Gabi Portilho, que, além de ser uma das principais jogadoras do Brasil, ainda esteve entre as indicadas para a Bola de Ouro na última temporada. Ela também foi para o futebol norte-americano… De graça!

E a Yasmim? Uma das melhores laterais-esquerdas do futebol brasileiro. Sabe onde ela foi parar? No Real Madrid. Isso mesmo, no Real Madrid. E o Corinthians não ganhou nada com isso. Zero. De novo, uma jogadora de destaque indo embora sem gerar receita para o clube.

Esses são apenas alguns exemplos. Outros nomes como Millene, que foi para a Ferroviária, Isabela para o Cruzeiro, Ju Ferreira e Fernanda, ambas para o Flamengo, Carol Tavares para o Red Bull Bragantino e Mary Camilo para o Independente del Valle, do Equador, também deixaram o clube sem trazer nada de retorno financeiro.

E é exatamente aí que o Corinthians precisa repensar a sua postura no futebol feminino. O clube tem um potencial de mercado enorme, com atletas de altíssimo nível, mas tem falhado quando o assunto é negociar suas jogadoras e gerar lucro com as saídas.

Se a venda de Dani Arias é uma boa notícia, ela deve servir de lição. O Corinthians tem que aprender a negociar suas peças-chave e entender que o futebol feminino também é um mercado com muito valor. Não dá mais para perder tantas jogadoras de graça, porque, no final das contas, quem sai perdendo é sempre o clube.

Valor perdido pelo clube

Para calcular a média de quanto o Corinthians perdeu ao não vender essas nove jogadoras, fiz uma estimativa baseada no valor de Dani Arias, que foi vendida por quase 900 mil reais, e em outros nomes do mercado, como Priscila e Tarciane, que também possuem grande valor de mercado.

É claro que esses valores poderiam variar em todos os casos, dependendo de fatores como negociação e demanda internacional. No entanto, o que se pode afirmar com certeza é que o clube perdeu mais de R$ 10 milhões ao não conseguir vender essas jogadoras.

  • Jheniffer (23 anos): + de 3 milhões, considerando sua idade, qualidade e posição;
  • Gabi Portilho (29 anos): + de 1,5 milhão, jogadora de destaque, indicada para a Bola de Ouro;
  • Yasmim (28 anos): + de 2 milhões, uma das melhores laterais-esquerdas do Brasil;
  • Millene (30 anos): 900 mil reais, boa experiência e gols pelo Corinthians;
  • Isabela (23 anos): 900 mil reais, considerando idade e potencial de mercado;
  • Ju Ferreira (33 anos): 400 mil reais, experiente, mas mais velha;
  • Fernanda (31 anos): 400 mil reais, similar a Ju Ferreira, boa jogadora, mas mais velha;
  • Carol Tavares (29 anos): 300 mil reais, experiente, mas com pouca rodagem no Timão;
  • Mary Camilo (28 anos): 300 mil reais, com qualidade para competir no futebol sul-americano.

Veja mais em: Corinthians Feminino e Mercado da bola.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Maria Beatriz de Teves Schreiber

Por Maria Beatriz de Teves Schreiber

Jornalista formada pelo Mackenzie. Apaixonada por esportes, futebol feminino e assuntos que promovem o debate em geral. No Meu Timão desde maio de 2022.

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    @jeffersoncunha em

    Todas foram chamadas para renovação e não fecharam!

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    @tadeu.gilberto.anton em

    Se tem um time ruim de negócios no mundo é o Corinthians, em todas as esferas

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    Gabriel 6159 comentários

    45º. @thegabrianjo em

    A diretoria fez de propósito.

    Desde de que acompanho o futebol feminino, 2018, os contratos das jogadoras são curtos, na época o maior contrato era de 1 ano. Além disso, ainda tinha a morosidade para oferecer uma proposta de renovação. Sempre deixavam para após o fim do contrato.

    De lá para cá pouco mudou. Duda conseguiu um contrato maior e só.

    O Corinthians demora para oferecer a proposta de renovação. Essa morosidade nos fez perder Isabela, lateral esquerda titular, de graça para o Cruzeiro.

    Só para termos uma ideia, Fagner, mesmo velho e não sendo mais titular incontestável, recebeu a proposta de renovação do contrato faltando UM ANO E MEIO para o fim do seu contrato.

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    Guilherme 1157 comentários

    44º. @guilherme-pereira-d1 em

    Incompetência!

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    Gabriel 6159 comentários

    43º. @thegabrianjo em

    A verdade é que o Corinthians só apoiou o futebol feminino até certo ponto. Os contratos sempre foram curtos, no máximo um ano, com raríssimas exceções. Dessa forma, não precisa ser inteligente para perceber que perderíamos jogadoras de graça.

    Perder Isabela para o Cruzeiro foi um exemplo da falta de interesse do Corinthians no futebol feminino. A jogadora era titular na lateral esquerda e jogava bem. O Corinthians consegui deixar que ela assinasse um pré-contrato com o Cruzeiro, isso significa que o clube só tentou renovar nos últimos 6 meses, e pelo visto nem se esforçou para cobrir a proposta.

    O Corinthians renovou com Fagner, em decadência, com um ano de antecedência.

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    Fernando 2209 comentários

    42º. @zemetek em

    Poisé...
    Aí me pergunto:
    Será que a Gambaré deixaria as citadas acima irem pras Olimpíadas s/ renovar os respectivos contratos?

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    Mauricio 376 comentários

    41º. @mauricio.de.novaes.f em

    O problema não foi o Corinthians e sim as atletas que não quiseram renovar ou seja elas em nenhum momento pensaram no clube. Não vejo erro da diretoria e sim ingratidão das atletas, sem contar que algumas aí queriam uma super valorização salarial