Por que fazer isso com o Corinthians, Carille?
Opinião de Mayara Munhoz
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Quem me conhece sabe que eu sou fã de futebol. Vejo jogos de todos os times e vários lugares diferentes. É bom para aprender, mas é também porque gosto. E tem alguns estilos de jogo que gosto mais, outro menos. Enfim, não sou uma admiradora do estilo retranqueiro que o futebol brasileiro adotou nos últimos anos.
Sei que funciona. Sei que o Corinthians foi campeão de tudo com o Tite desse jeito. Com Carille também já funcionou. Mas não é por isso que preciso gostar, né?
O jogo deste domingo, contra o CSA, foi um desses que me irritou mais do que o normal com essa necessidade de fechar o time que Carille tem. A equipe melhorou consideravelmente quando o técnico tirou Ralf e colocou Régis. O gol saiu e no mesmo minuto ele tira Love e coloca Gabriel?
O time é composto por 11 jogadores. No esquema que Carille usa, o Corinthians entra em campo com sete jogadores fazendo parte do sistema defensivo. Mais da metade do time está lá para defender. Mesmo que Urso seja um bom jogador, com capacidade para criar jogadas e colocar o jogo mais para frente, o time segue muito defensivo.
Desses sete jogadores, quatro são incontestáveis. Cássio é o melhor goleiro do Brasil. Fagner é o melhor lateral-direito do Brasil. Gil e Ralf são Gil e Ralf. Danilo Avelar, Manoel e Júnior Urso não comprometem.
O que quero dizer com isso? Precisa mesmo se proteger desse jeito? Temos peças confiáveis lá atrás, peças que resolvem jogos. Não podemos ter um time mais ofensivo? Antes de Régis entrar em campo, a maior parte dos passes desse pessoal de trás era para o lado. Sornoza precisava recuar para conseguir pegar a bola e criar jogadas.
Régis entrou em campo somente aos 15 minutos do segundo tempo. Depois Boselli entrou e deu mais dinâmica nas jogadas criadas perto da área. Deu certo! O gol saiu de passe do argentino para Vagner Love.
Deu nem tempo de Love comemorar direito seu gol e Gabriel já estava ali na beira do gramado pronto para entrar. Carille, então, tirou um volante para o time criar mais, fez o gol e voltou outro volante para fechar e ficar com o resultado. O Corinthians, contra o CSA, em casa. É uma postura inaceitável para mim.
O Corinthians finalizou 27 vezes durante os 90 minutos contra o CSA. No Brasileiro, o jogo com mais finalizações tinha sido contra o São Paulo, com 14. Quase o dobro neste domingo.
Aí você pode me dizer: finalizou tudo isso e fez apenas um gol, Mayara. Sim, precisa melhorar a efetividade das finalizações. Claro que não podemos deixar de destacar que Jordi, goleiro do CSA, fez uma grande partida.
Mas é preciso criar mais, finalizar mais e ficar mais próximo da área. É preciso ver a bola rodar do meio de campo para frente e colocar pressão nos adversários. E isso não vai acontecer se mais da metade do time estiver ocupada em só defender.
O Corinthians não jogou mal neste domingo. Mas pode e tem que jogar muito melhor. Tem peças o suficiente para fazer mais dentro dos 90 minutos.
Essa é a postura que esperamos de um time como o Corinthians.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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