Tabela do Brasileirão Feminino prejudica o Corinthians; CBF precisa ser cobrada
Análise de Mayara Munhoz
3.1 mil visualizações 44 comentários Comunicar erro
O Corinthians já demonstrou nas últimas temporadas que é o time a ser batido no futebol feminino brasileiro. Referência dentro e fora de campo, a equipe comandada por Arthur Elias é a atual campeã brasileira.
O objetivo, como não poderia ser diferente, é repetir o sucesso em 2021. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), porém, parece ter outros planos para o Timão. Pelo menos é o que dá a entender a tabela da edição de 2021 do campeonato, que tem início no final de março, divulgada na semana passada.
O Corinthians fará cinco jogos contra equipes melhores colocadas no ano passado fora dos domínios do Parque São Jorge. Como a CBF não realizou um conselho técnico antes de divulgar a tabela, fica complicado não questionar os critérios escolhidos para isso.
Explico: a primeira fase do Brasileiro tem 15 rodadas e, por ser um número ímpar, o regulamento diz que os clubes que ficaram nas oito primeiras posições na edição anterior tem o direito de jogar um duelo a mais em casa.
Para 2021, os oito times são: Corinthians, Avaí/Kindermann, São Paulo, Palmeiras, Santos, Ferroviária, Internacional e Grêmio. Todos vão jogar oito jogos em casa e sete fora.
O ponto é: dos sete jogos que o Corinthians fará como visitante, cinco são contra um desses oito clubes. A tabela abaixo mostra detalhadamente o caminho do G8 citado acima na primeira fase do Brasileirão.
Clube | Jogos em casa | Jogos fora de casa |
---|---|---|
Corinthians | 2 (Palmeiras e Grêmio) | 5 (Ferroviária, Internacional, Santos, São Paulo e Kindermann) |
Grêmio | 1 (Santos) | 6 (São Paulo, Kindermann, Palmeiras, Corinthians, Ferroviária e Internacional) |
São Paulo | 3 (Grêmio, Internacional e Corinthians) | 4 (Kindermann, Ferroviária, Santos e Palmeiras) |
Palmeiras | 3 (Ferroviária, Grêmio e São Paulo) | 4 (Kindermann, Corinthians, Santos e Internacional) |
Ferroviária | 4 (Corinthians, Kindermann, São Paulo e Grêmio) | 3 (Palmeiras, Internacional e Santos) |
Santos | 4 (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Ferroviária) | 3 (Internacional, Grêmio e Kindermann) |
Kindermann | 5 (Palmeiras, Grêmio, São Paulo, Santos e Corinthians) | 2 (Ferroviária e Internacional) |
Internacional | 6 (Santos, Corinthians, Ferroviária, Kindermann, Palmeiras e Grêmio) | 1 (São Paulo) |
Somente um clube tem o caminho pior que o do Timão (e, ao meu ver, também deveria questionar a tabela): o Grêmio. A equipe faz apenas um jogo dentro de casa contra o G8. O Internacional, por outro lado, fará apenas um jogo fora de seus domínio.
O Santos, por exemplo, fará os quatro clássicos regionais jogando em casa. O Corinthians, por sua vez, só enfrenta o Palmeiras e o Grêmio no Parque São Jorge.
Apesar da visibilidade que o futebol feminino ganhou nos últimos tempos, principalmente quando se trata de Corinthians, isso não pode passar em branco. A entidade máxima do futebol brasileiro não pode definir a tabela do principal torneio do país sem um conselho com os clubes e não pode entregar uma tabela com tanta disparidade entre os concorrentes.
O Corinthians precisa se manifestar sobre isso. O time é forte, conseguiu manter quase todo mundo do ano passado e segue sendo o melhor do país. Mas nem por isso precisa ter um caminho mais difícil para conseguir repetir o sucesso das últimas temporadas.
Nunca foi fácil, né?
Avalie esta coluna
Veja mais posts da Mayara Munhoz
- Corinthians ultrapassa todos os limites com nova atitude do marketing
- Agora é a hora de parabenizar a nova diretoria do Corinthians
- Se a diretoria do Corinthians fizer isso é para desistir de vez
- Será que dessa vez o Corinthians vai ouvir Cássio?
- Corinthians se queima, mais uma vez, pelas palavras e ações da nova diretoria
- Palhaçada o que Bruno Méndez fez com a Fiel e com o Corinthians