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Minha guerra contra o Iran
Memória Fiel

Nostalgia alvinegra que vai além dos jogos, gols e súmulas. Aqui reviramos os arquivos para reencontrar as várias pequenas histórias e detalhes que formam a gigantesca história do Corinthians.

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Minha guerra contra o Iran

Coluna do Juliano Barreto

Opinião de Memória Fiel

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Minha guerra contra o Iran

Iran nos vestiários da Arena Corinthians: Uma lêndea no meio das lendas

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Foi uma noite quase perfeita. No primeiro jogo em casa de 2020, o Corinthians venceu por 4 a 1 o Botafogo-SP, na estreia do Campeonato Paulista e, antes do jogo principal, fez uma merecida homenagem ao time que conquistou o primeiro campeonato Mundial de Clubes da FIFA em 2000.

O jogo festivo trouxe lembranças que fizeram os 20 anos do título parecerem 20 dias. Como a camisa alvinegra (ainda) cai bem no Capetinha Edilson, no Marcelinho, no Dinei. Parece que eles nunca foram embora. Teve até uma preleção emocionante do Oswaldo de Oliveira que, para mim, ajudou a passar um pano depois da desastrosa passagem mais recente do técnico pelo clube.

Mas eu disse que a noite foi quase perfeita e o “quase” tem nome e sobrenome: Iran Andrielle de Oliveira. Se você não reconheceu o nome completo, talvez os apelidos “Iran Pênalti” e “Iran Louquinho” tragam algumas memórias desagradáveis de volta. Pois é, numa noite de celebração e vitórias, prestaram homenagem a um dos responsáveis diretos pela maior vergonha da história do clube.

Entendo que o cara possa ser gente boa e ser amigo de outros ex-jogadores. Entendo que não é justo crucificar uma pessoa pelo resto da vida dela por conta de erros que ela tenha cometido como atleta. Posso até entender que talvez o cara esteja precisando jogar amistosos de veteranos para complementar a renda.

Também é óbvio que nenhum jogador sozinho, por mais incompetente que seja, seria capaz de rebaixar um time em um campeonato de pontos corridos e dezenas de rodadas. A diretoria que contratou um jogadores encostados para “salvar” o time nas últimas rodadas tem tanta culpa quanto os pernetas que eles contrataram.

Ainda assim, convidar o Iran foi uma piada de mau gosto. Tendo atuado em apenas 11 jogos durante o desastre de 2007, o lateral cometeu três pênaltis seguidos em jogos decisivos. Em um deles, em um jogo que poderia fazer o Corinthians praticamente escapar do rebaixamento, o figura conseguiu a proeza de cometer uma falta de bicicleta. Tem no Youtube, por todos os ângulos, mas é tão ridículo que até hoje fica difícil de acreditar que realmente aconteceu.

Desde a metade dos anos 1990, o Corinthians ganha praticamente um campeonato por ano. Não faltam, portanto, jogadores que representaram o time com mais brilho e podiam ser lembrados. As cores do Corinthians merecem respeito. Não importa se é um amistoso Corinthians x Corinthians ou em uma pelada de society contra os veteranos do Palmeiras (onde inexplicavelmente chamaram Adrianinho para ser camisa 10 - e perderam o jogo) .

Sem querer ser um corinthiano xiita, mas Iran não dá. Os caras que jogaram em 2007 não merecem hostilidade, mas homenagem também não.

Veja mais em: Mundial de Clubes, Arena Corinthians e Amistosos do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Juliano Barreto

Por Juliano Barreto

Jornalista, biógrafo, maloqueiro e sofredor. Desde 1993 recorta jornais, revistas e guarda tudo relacionado ao Coringão. Neste blog, vamos tirar a poeira desses arquivos e matar as saudades.

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