Chegada de Luan ao Corinthians lembra contratação de Renato Augusto
Opinião de Tomás Rosolino
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O Corinthians anunciou no sábado a contratação do meia Luan, do Grêmio, e deu um primeiro passo importante para uma equipe que quer ser campeã em 2020. Um jogador já provado em alto nível no futebol, com passagem pela Seleção, espaço para evoluir e precisando superar problemas físicos. Lembra alguém?
Para este que vos escreve, o armador de 26 anos tem um perfil bastante semelhante ao de Renato Augusto, uma das contratações para o elenco recém-campeão mundial em 2013. Não estou falando de estilo de jogo. Estou falando de momento da carreira dos dois atletas no momento em que foram adquiridos pelo Timão.
Aliás, ainda que Renato, contratado com quase 25 anos, tivesse à época cinco temporadas no Bayer Leverkusen, um clube médio com lampejos de grande no futebol alemão, ele conquistara menos do que Luan, que não tinha deixado o Grêmio até o último final de semana.
Campeão bem jovem da Copa do Brasil de 2006, pelo Flamengo, o craque (para mim, craque) foi para o futebol europeu como um projeto de grande jogador. Parecia que ia explodir em Leverkusen, mas uma combinação de lesões impediu que o grande futebol visto com a camisa corinthiana surgisse antes.
Já Luan, que vem de duas temporadas abaixo do que estabeleceu no triênio 2015-2017, atingiu a glória máxima de um jogador sul-americano. Eleito o melhor do continente dois anos atrás, era o melhor jogador do Grêmio terceiro colocado do Brasileiro 2015, campeão da Copa do Brasil de 2016 e da Libertadores do ano seguinte, além de um par de Estaduais e outros torneios menores.
O ponto fundamental da comparação, porém, é o momento físico dos dois atletas. Entenda: dificilmente o futebol brasileiro vê jogadores de alto nível, produzidos aqui ou não, atuarem no país em seu auge físico. Normalmente, esses atletas saem após um destaque inicial e desenvolvem carreira na Europa, retornando apenas para uma reta final de no máximo cinco anos para se aposentar no Brasil.
Tanto Renato quanto Luan, porém, chegaram ao Corinthians mais próximos dos 25 do que dos 30 anos, com espaço para evoluir tanto física quanto tecnicamente. Não à toa vemos a maioria dos jogadores desenvolverem os melhores anos da sua carreira entre o final dos 20 anos e o começo dos 30. O tempo de prática e a capacidade física são pontos fundamentais para isso.
Bruno Henrique, do Flamengo, é um bom exemplo disso. De atleta com potencial em 2015, aos 25 anos, pelo Goiás, tornou-se um dos destaques do Santos, aos 27, pelo Santos, e se comprovou como o melhor de um time campeão em 2019, pelo Flamengo, já na beira dos 29 anos de idade.
Ou seja, se você chegou até aqui, confie: recuperado dos problemas médicos, Luan tem tudo para mostrar, no Corinthians, um futebol superior ao que foi mostrado na sua melhor fase gremista, incluindo aí a grande campanha de 2017. É esperar para ver.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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