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Geração 98-02 da base do Corinthians caminha para ser a segunda melhor do século
Tomás Rosolino

Tomás Rosolino é jornalista faz um tempo. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, ex-Agora SP e Gazeta Esportiva. Hoje no Meu Timão. Vejo muito esporte, todo dia, o dia todo.

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Geração 98-02 da base do Corinthians caminha para ser a segunda melhor do século

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Geração 98-02 da base do Corinthians caminha para ser a segunda melhor do século

João Victor é hoje o único titular absoluto revelado recentemente pela base - falta isso para consolidar ainda mais a geração

Foto: Danilo Fernandes / Meu Timão

Matheus Donelli; Du, João Victor, Raul Gustavo e Lucas Piton; Xavier, Roni, Gabriel Pereira, Vitinho e Adson; Gustavo Mantuan. Essa escalação 100% base tem apenas jogadores que já atuaram pelo profissional do Corinthians e, tirando Donelli e Du, todos participaram de gols no time de cima. São eles a geração 98-02, que caminha para ser a segunda melhor da base alvinegra deste século.

Pode parecer pouco, mas a porcentagem de jogadores que passaram pela base do Corinthians e jogam no profissional já não bate 5% do total. Você juntar tantos - com reservas - que já até fizeram gol ou deram assistência ao mesmo tempo é algo a ser louvado, dando à torcida a liberdade de sonhar alto com esses jovens. Para este que vos fala, vale muito mais o que um atleta da base faz no e para o clube do que na carreira.

Primeiro, queria deixar claro que falar que o Corinthians "não usa a base" historicamente é uma falácia sob qualquer ponto de vista. Um a cada três dos grandes jogadores da história do clube foram formados em casa, por baixo, e o clube produz tanto em qualidade quanto em quantidade sem deixar a desejar para ninguém no futebol mundial.

Posto isso, vamos tratar da atual geração, presente em grande número no profissional, mas ainda em busca de uma relevância maior. Não vou falar em "história" porque é quase impossível repetir a relevância da base na formação dos times entre 1910 e 1970, mas vou me ater ao passado recente: a garotada de hoje tem boas condições de ser a segunda melhor deste século.

Mas por que a segunda? Porque a safra revelada entre 1983-88, que abriu os anos 2000 no profissional, ainda dá frutos a ponto de ter dois titulares no time de hoje, sendo um deles o artilheiro do século (Jô) e o outro a maior venda da história do clube (Willian). Isso sem contar o precoce Fagner, que fez base com a maior parte desses, mas nasceu em 1989.

Entram no mesmo grupo de Jô e Willian nomes como o goleiro Júlio César, os laterais Coelho, Eduardo Ratinho e Ronny, o zagueiro Betão, os volantes Nilton e Rosinei, o meia Élton e o centroavante Bobô, todos titulares do profissional em dado momento e a maioria relevante na conquista do Brasileiro de 2005.

Você pode não ter saudade de muitos deles, mas qualquer garoto da geração atual vai ter que jogar muita bola para trilhar no profissional o caminho de nomes como o zagueiro Betão, com 215 jogos e capitão da equipe por anos. Alguém que tenha o 2005 de Rosinei, vice-artilheiro do estrelado time de 2005 com 15 gols e sete assistências, seria um completo sucesso. Glória mundial, como Willian e Jô, por exemplo, seria algo absurdo.

Depois dessa grande safra, o clube viveu um período de baixa com os nascidos entre 1989-93, destacado por Fagner e Dentinho - além de Éverton Ribeiro, muito mais bem sucedido fora do que no clube - e uma crescente com a geração 1994-98.

Dela saíram nomes que bombaram fora, como o zagueiro Marquinhos e o meia Claudinho, e nomes que renderam muitos frutos em campo, como Guilherme Arana, Maycon, Malcom e Pedrinho. Este último, ainda que tenha nascido no mesmo ano de João Victor, foi contemporâneo dos que o precederam no profissional e marca, para mim, o último nome daquela geração. O zagueiro é o primeiro da atual.

Ainda que alguns atletas tenham tido razoável relevância no período, como Pedro Henrique e Marciel, falta a essa leva, ainda a segunda do século, a profundidade que a atual parece ter. É aí que João, Roni e companhia podem sobressair nos próximos anos - e tenho certeza que todos estão ansiosos para ver.

Os times e os números

Escalação da geração 1983-88: Júlio César; Coelho (Ratinho), Marcus Vinícius, Betão e Ronny; Nilton, Rosinei, Élton e Willian; Jô e Bobô - 116 gols e 71 assistências somados no profissional

Escalação da geração 1988-93: Danilo Fernandes; Fagner, Antonio Carlos, Renato e Diego Sacoman; Boquita, Jadson, Éverton Ribeiro, Lulinha e Dentinho; Igor - 74 gols (55 de Dentinho) e 80 assistências (51 de Fagner).

Escalação da geração 1993-98: Caíque França; Léo Príncipe, Pedro Henrique, Marquinhos e Guilherme Arana; Maycon, Marciel, Pedrinho, Claudinho e Malcom; Tocantins - 31 gols e 40 assistências

Escalação da geração 1998-02: Matheus Donelli; Du, João Victor, Raul Gustavo (Léo Santos) e Lucas Piton (Carlos); Xavier, Roni, Gabriel Pereira, Vitinho e Adson; Gustavo Mantuan (Cauê) - 16 gols e 15 assistências

Veja mais em: Base do Corinthians e Campeonato Brasileiro.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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