Augusto Melo precisava contratar um executivo; nem Ferran Soriano se daria bem sozinho neste cenário
Opinião de Tomás Rosolino
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[ATUALIZAÇÃO - Cerca de uma hora depois da publicação do texto, o Corinthians acertou com Fabinho Soldado para a função de executivo de futebol. O mérito do texto, no entanto, segue válido e mantenho aqui para a discussão da torcida. Num momento oportuno, avaliarei a chegada].
Ferran Soriano é talvez o executivo de futebol mais respeitado do mundo. Escreveu livros e montou dois dos times mais dominantes do século (Barcelona e Manchester City). Nem mesmo ele, porém, conseguiria resolver sozinho todos os problemas que o Corinthians produz diariamente numa escala normal. Augusto Melo e Rubão precisam de ajuda e entender isso é o primeiro passo.
O exemplo do Ferran é para deixar claro que não estou apontando falta de aptidão ou habilidade da dupla que comanda o futebol do Corinthians. Considero, aliás, que são muito mais acertos do que erros nessas três primeiras semanas de gestão. Mas é simplesmente impossível que apenas duas pessoas lidem com a reformulação necessária e o dia a dia do futebol do Corinthians nos dias de hoje.
O Corinthians se desfez de praticamente nove atletas - considerando que Rafael Ramos e Matheus Bidu não estão nos planos -, precisa contratar no mínimo esse número, tem renovações em vista, jogadores subindo da Copinha com destaque e vínculos frágeis, propostas chegando, acordos a serem finalizados com outros clubes. Tudo isso já com a temporada rolando e jogos quarta e domingo até abril. É muita coisa.
Adicione a isso o fato de Augusto precisar dar a palavra final em vários outros departamentos do Corinthians, como o marketing, que fechou o ótimo contrato de patrocínio com a VaideBet. Que ele use o mantra já permeado durante a eleição e ache alguém melhor que ele no futebol para delegar.
Todos os grandes clubes do Brasil têm pelo menos um diretor estatutário, um executivo de futebol e o presidente para tratar do dia a dia do futebol. No mundo essa estrutura pode ser ainda maior, com cinco, seis pessoas. Um executivo, além de cumprir uma promessa do Augusto, ajuda a distribuir de maneira mais bem estruturada as obrigações de um megazord como é o Corinthians.
Por fim, tenho que lembrar que são apenas três semanas de gestão e a próxima eleição é só em 2026. Augusto é o presidente eleito e vai exercer seu cargo pelos próximos três anos. Quanto antes todos os lados envolvidos na política corinthiana entenderem isso, melhor será para o clube.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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