A camisa não pesa para Jô
Opinião de Ulisses Lopresti
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Na última quinta-feira, o Timão venceu o Bragantino por 2 a 0 e se classificou para a semifinal do Campeonato Paulista. A equipe do Corinthians surpreendeu muitos que apontavam o adversário como favorito no confronto. Sólido, o time corinthiano demonstrou uma maturidade que não havia sido mostrada desde a chegada de Tiago Nunes. Porém, um fato marcante para a partida com certeza não foi surpresa para ninguém: Jô marcou um gol nesse jogo.
Era a estreia do agora camisa 77 do Corinthians. Sua presença na equipe titular foi apressada pela lesão de Boselli. Sem jogar desde 2019, Jô claramente não estava na melhor forma física e sua velocidade na reação ainda não era a que estávamos acostumados a ver. Porém, com toda classe que tem, foi perfeito no pivô e em receber os chutões da zaga. Sua atuação matou a saudades dos corinthianos, que ansiavam por um centroavante que dominasse a posição desde que o próprio Jô saiu da equipe após a grande temporada de 2017.
Mesmo com a clara falta de ritmo do centroavante, é impossível ver uma partida do Corinthians com o Jô em campo e não apostar que o camisa 77 irá marcar. Muitos torcedores de outros times se mostraram surpresos com esse retorno triunfal do atacante, mas o corinthiano não, nós sabemos que nele temos que confiar. A relação do atacante com o Corinthians é quase mística.
Muitos jogadores de renome passaram pelo Timão, mas com certeza Jô pode ser considerado um dos mais decisivos. O centroavante sempre teve que provar sua importância em épocas desafiadoras para o clube. Em 2003, Jô era adolescente e já subiu para os profissionais, muitas vezes esse caminho é determinante para uma grande promessa da base não vingar, mas naquele, Jô começou a demonstrar sua capacidade de surpreender ao ser o mais jovem jogador a marcar um gol pelo Corinthians, contra o Internacional, no Pacaembu.
O atacante saiu, foi para a Europa, teve uma grande passagem pelo Atlético Mineiro, jogou Copa do Mundo e parecia que seu retorno não iria acontecer. No fim de 2016, o Timão e o atacante viviam um período de crise. Jô estava sem clube e foi contratado para um Corinthians em crise pós-Tite, porém, o atacante só iria jogar no ano seguinte. 2017 começou com os dois muito desacreditados, mas todo corinthiano lembra como o ano terminou. Jô foi artilheiro do Timão na campanha do Brasileirão daquele ano e conquistou o título brasileiro e Paulista pelo Corinthians.
Nesse ano, Jô novamente veio em um período desafiador. A equipe não vinha em grande fase e teria uma decisão contra o melhor time do Campeonato Paulista. Mais uma vez, o jogador se superou e começou sua terceira passagem com o pé direito. De fato, é impressionante como a camisa do Timão não pesa para Jô.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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