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A importância de fazer de Jô o artilheiro deste Brasileirão
Victor Farinelli

Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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A importância de fazer de Jô o artilheiro deste Brasileirão

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Opinião de Victor Farinelli

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A importância de fazer de Jô o artilheiro deste Brasileirão

Jô é o artilheiro do Corinthians na temporada

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

O Corinthians nunca teve um artilheiro do Campeonato Brasileiro. Essa é uma estatística que incomoda muito, especialmente para um time que teve, nas três últimas décadas, grandes goleadores como Viola, Marcelinho Carioca, Liédson, Tévez, Ronaldo e o próprio Jô, que poderiam e mereciam estar nesta lista histórica.

Na verdade, o Jô ainda pode e é por isso que começamos aqui a campanha para que ele quebre finalmente esse tabu, com a ajuda de todo o elenco e o apoio da Fiel Torcida.

Mas fazer de Jô o artilheiro deste Brasileirão significaria mais que essa façanha inédita, ou seria exatamente essa façanha inédita, um trunfo a mais para calar a boca de muita gente que falou bobagem do Coringão e do próprio Jô neste ano de 2017. O Jô ser o protagonista desse possível momento histórico é quase um presente dos deuses corinthianos, já que ele é como uma metáfora do time nesta temporada.

Vamos recordar brevemente como o homem voltou ao clube desacreditado e sob a desconfiança da própria torcida. Desde o primeiro dia, porém, ele mostrou que não regressou para estacionar o carrão na sombra, como muitos pensavam. E tampouco veio só para contribuir com gols, mas também para ser um dos líderes do time, ajudar os mais jovens e tornar viável os sonhos mais ousados de um elenco pelo qual ninguém dava nada. Foi o atleta mais estável da temporada, sempre bem em campo, e especialmente nos clássicos e jogos decisivos, chamando a responsabilidade.

O Jô não é aquele centroavante que exige a bola redondinha e que quer só escorar pro gol, ele busca as jogadas com a garra e a humildade tipicamente corinthianas, coisa de quem entende o que é vestir a nossa camiseta. O cara voltou com tudo e mostrou que é o melhor centroavante em atividade no futebol brasileiro - só falta o Tite ver isso e abrir uma chance de levá-lo à Rússia.

Também foi ele o jogador escolhido pela mídia anticorinthiana para a primeira fase da campanha de difamação do nosso título. Segundo a imprensa, parecia que o Jô foi o primeiro cara a fazer um gol com o braço na história. Num caso extremo, foi chamado de “bandido” por uma apresentadora de tevê racista - sim, racista, ela não disse e nem diria o mesmo do gol do Lucas Pratto, nas mesmas condições, e aliás não só ela como quase todo o universo futebolístico brasileiro justificou o lance do Pratto como “legal”, mostrando como funciona o racismo brasileiro: branco com a mão na bola é legal, negro com o braço na bola é bandido. Esse racismo nojento que muitos corinthianos e corinthianas vivem e sofrem todos os dias, o Jô também sente, e até nisso ele nos representou.

Jô e o Corinthians sobreviveram a todos esses obstáculos durante a temporada, às ridículas acusações de favorecimento da arbitragem, que ignoraram os três tentos dele mesmo que foram mal anulados (contra Coritiba, Flamengo e Cruzeiro, todos no primeiro turno), além do
pênalti escandaloso não marcado contra o Botafogo, também sofrido por ele, que o colocariam agora como artilheiro isolado e com vantagem nessa tabela. Sem contar as estripulias do STJD, que passou o ano atrás de qualquer detalhezinho maroto para suspender atletas (algumas vezes o próprio Jô foi vítima, como em caso recente no jogo contra a Ponte Preta) ou interditar setores do nosso estádio.

Contra tudo e contra todos, de novo, superamos todas essas adversidades. O Jô superou tudo isso junto com a gente, e agora que a taça é praticamente uma realidade, chegou a hora de colocar como novo objetivo a quebra do tabu da artilharia, fazer do Jô o goleador máximo do torneio, reforçando ainda mais a sua imagem como símbolo desta equipe.

Se eu fosse o Carille daria esta ordem a partir de hoje nos treinamentos: todas as bolas agora são pro Jô, vamos fazer esse cara superar os 20 gols e ser o primeiro corinthiano artilheiro de um Brasileirão.

Ele e todos nós merecemos isso!

Veja mais em: e Campeonato Brasileiro.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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