Lições da vitória na Arena Corinthians
Opinião de Walter Falceta
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Não foi com estardalhaço, mas a esquadra mosqueteira acordou. Motivo? Provavelmente o justo pito que levou da torcida, nesta sexta-feira. Pelo que sabemos, longas conversas entre os jogadores tiveram por objetivo identificar os motivos dos fracassos recentes.
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Jogamos mais ofensivamente? Sim, talvez mais por uma decisão moral do que por uma revisão tática. Identifico um fator decisivo na mudança de postura: o ingresso do bom e velho Ralf na equipe.
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Reitero: lamentável, na derrota para o Independiente del Valle, a omissão dos volantes Gabriel e Urso, esse segundo também lentíssimo na ocasião. Em poucas ocasiões se atreveram a assumir a saída de bola. Nenhum dos dois esteve em campo neste sábado em Itaquera.
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No gol do Corinthians, por exemplo, quem desfere o petardo contra a meta de Douglas? Ora, o bom e velho Ralf! Pênalti bem assinalado pelo árbitro, de acordo com a nova regra. No modo antigo, o lance provavelmente seria interpretado como uma bola na mão, pois não foi proposital.
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No primeiro lance do VAR, decisão complicada para o árbitro. Pode ter sido; como pode não ter sido. Dewson Freitas da Silva sofreu diante da ilha de vídeo.
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Como o juizão se sentiu pressionado (no intervalo lhe disseram que a TV havia contestado sua decisão), decidiu compensar inventando o lance capital que concedeu o tento único ao Bahia.
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Taticamente, o Corinthians povoou melhor o meio de campo, mesmo com atletas que pouco tocavam na bola. Sornoza, mesmo limitado, foi importante nessa retomada de território. O mesmo se pode dizer do travado Ramiro, muito longe do atleta que há dois anos se destacava no Grêmio.
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O que mais chamou a atenção, no entanto, foi ver Pedrinho atuando, vez por outra, como um meia, caindo para o meio, criando e servindo os companheiros. Prensá-lo junto à linha lateral do campo equivale a desperdiçar seu talento criativo.
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Em uma jogada típica do genial Zenon, o jovem Pedrinho mentalizou e executou o lance que resultou no gol da vitória. Gerou-se, ali, inteligência de jogo, ocorrência rara na esquadra mosqueteira.
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O time de Carille ainda enfrenta muitos problemas, mas desta vez apresentou linhas mais compactas, dinamizando o 4-1-4-1. Desapareceu o bizarro 3-6-1 que assombrou parte do jogo primeiro da semifinal da Sul-Americana, resultado sobretudo da paralisia da dupla Gabriel-Urso.
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Compactar linhas, ter um volante voluntarioso, ocupar o meio de campo e gerar jogo inteligente no meio: pode ser esta a receita para virar a disputa em Quito. Para vencer este duro desafio, no entanto, o principal componente deve ser a garra, tão característica da história do Timão. Que ela esteja presente!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.