Após confronto entre torcidas, Paulo Castilho aproveita holofotes para defender fim das organizadas
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Por Meu Timão
Antes e depois do clássico entre Corinthians e Palmeiras, neste domingo, cenas de confusões envolvendo torcedores das duas equipes voltaram a se repetir. Para o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo, uma das soluções para que os conflitos acabem é a extinção das torcidas organizadas.
Autor do projeto que alterou o Estatuto do Torcedor em 2010, garantindo maiores punições a torcedores que se envolvessem em brigas ou atitudes suspeitas, Paulo Castilho é quem representa o Ministério Público em assuntos referentes aos torcedores e às torcidas organizadas. Para ele, os confrontos registrados estão diretamente ligados às diretorias das torcidas.
"É o revide do revide. Eles estão em guerra. É uma guerra sem fim. São todos articulados pelas lideranças. Todos estes confrontos partem da mesma orientação, da mesma célula de comando, mesmo que fragmentadas. São pessoas que têm trabalho e que quando se juntam se transformam em violentas e de alta periculosidade”, explicou o promotor, criticando principalmente as principais torcidas do clássico deste domingo.
“Esses jovens estão levando o terror à sociedade, ao metrô, à praça pública, ao pai de família. O Estado não pode ser tão leniente, conivente, tranquilo com relação a isso. Não vou generalizar, mas algumas torcidas, como Mancha e a Gaviões, não têm condição de existir", acrescentou.
De acordo com o promotor, a lei do País deveria ser alterada por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que o estado tenha o direito de intervir diretamente nas torcidas organizadas que causam problemas e apresentam incidentes de episódios violentos.
"Vamos perguntar para sociedade se ela ainda tolera as organizadas, se ela acha que o Estado tem que ser babá de marmanjo que se reúne para brigar. Acho que teríamos 80%, 90% de pessoas a favor do fim das organizadas", concluiu Paulo Castilho.
Castilho aproveita o momento para conduzir a opinião pública em sua causa. Histórico opositor das organizadas, foi ele quem organizou a reunião com os líderes das maiores torcidas da capital. Na saída do encontro, dois membros da Gaviões foram espancados em ataque anônimo.
O caso teve um desfecho parcial nesta semana, quando a apenas dois dias do clássico, uma investigação da Polícia Civil divulgou a prisão de um suspeito: um torcedor palmeirense, filiado à Mancha Alvi Verde. Embora a divulgação do andamento da investigação tenha sido questionada, a Polícia afirmou, à época que a prisão reduziria os riscos de confrontos entre torcedores rivais no clássico.
Em contato com a reportagem do Meu Timão, a Gaviões da Fiel, maior organizada do Corinthians, afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
Conflitos – Neste domingo, pelo menos quatro confusões entre torcedores foram registradas. Em uma delas, em São Miguel Paulista, uma pessoa que não estava envolvida no confronto acabou falecendo ao ser atingida por um disparo de arma de fogo.
Em Guarulhos, 25 torcedores armados com barras de ferro e fogos de artifício foram detidos pela Guarda Civil Municipal antes do clássico. Também antes da partida, um conflito na estação Brás, da linha vermelha do metrô, causou pânico e destruição de um dos vagões.
Após o jogo, 27 torcedores do Corinthians foram detidos e levados à delegacia por terem espancado torcedores palmeirenses próximo ao Estádio do Pacaembu. A agressão aconteceu perto estação Clínicas do metrô.