Titular do Corinthians e convocado por Tite para os dois próximos compromissos da Seleção Brasileira, Fagner certamente vive um dos momentos mais felizes de sua carreira. Carreira essa que começou no próprio Timão, há cerca de dez anos. Personagem no programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, desta terça-feira, o lateral-direito recordou seu início nas categorias de base do Parque São Jorge e revelou a razão pela qual deixou o futebol brasileiro tão cedo, antes dos 18 anos.

“Eu não diria que não deu certo (o começo no Corinthians). Com relação à transição, final de base para o profissional, eu e meu pai nos preservamos muito com relação a empresário, enquanto eu estava no Corinthians e estava bem, até então a gente não via necessidade de ter um. Eu era um dos poucos que não tinha. Pouco antes de subir pro profissional, a gente assinou com um empresário e logo na sequência o Pedro Santilli, que era auxiliar do Leão (técnico) na época, foi assistir a um treino, gostou de mim, eu estava no profissional B já”, iniciou Fagner.

“Ele gostou, acabou o campeonato do profissional B, a gente foi eliminado e ele subiu eu, Willian (meia do Chelsea) e o Daniel Grando (ex-atacante). Fizemos o primeiro treino, viajamos para Fortaleza e eu tive a felicidade de já começar jogando, foi até a minha estreia, no Castelão, 4 a 0. Dali eu continuei jogando e começaram a ter divergências de contrato”, relatou o ala de 27 anos.

Enquanto caminhava na equipe profissional do clube, Fagner, respaldado pela família, negociava a renovação do seu vínculo com a alta cúpula alvinegra. Ambas as partes chegaram a discutir e acertar a prorrogação do contrato do então garoto, que já se destacava entre veteranos. Entretanto, a assinatura não ocorreu.

“Aconteceu de eu subir para o profissional e não ter assinado contrato, acabava no dia 31 de janeiro de 2007. O cara que batia os contratos na época encontrou meu pai um dia no treino, disse: ‘Ó (sic), o contrato dele está pronto naquele valor’. Meu pai falou: ‘Não, calma aí. Foi um valor que a gente não combinou. Vamos sentar e você me fala certinho o que é e o que não é para não fazermos coisa errada’”, detalha o jogador.

De acordo com Fagner, o salário a ser recebido por ele no Timão naquela época era o que menos importava. A proposta de seu pai para o novo vínculo a ser fechado com a agremiação paulista era a de garantir que a família saísse do aluguel.

“Quando meu pai foi sentar com eles, ele falou: ‘Olha, não ligo para valor de salário porque ele novo, tem 17 anos, salário vocês podem dar o que quiserem. Eu queria só uma ajuda para poder comprar uma casa, porque a gente mora de aluguel. É só isso que eu quero’. E aí foi postergando, eu fui jogando, as coisas foram acontecendo, acabou o campeonato e eu fui para a Seleção Sub-20 e não tínhamos renovado”, lamentou.

“Quando acabou o Sul-Americano, meu empresário ligou e falou: ‘Ó, o Corinthians não quer renovar pelo valor que a gente quer, para você comprar uma casa para o seu pai, e tenho essa proposta do PSV que você vai poder arrumar a vida do seu pai’. Você já imagina: menino de 17 anos, ir para o PSV, onde inúmeros jovens brasileiros deram certo, eu poder dar uma casa para o meu pai... Falei: ‘Pô, vou embora!’”, sintetizou.

Fagner, então, se transferiu ao PSV Eindhoven, da Holanda, depois de passar alguns meses no Vitória, por empréstimo. O lateral-direito ainda defendeu as cores de Vasco e Wolfsburg, da Alemanha, até retornar ao Corinthians, no início de 2014. Na temporada seguinte, o camisa 23 foi um dos titulares da campanha do hexacampeonato brasileiro.

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