Vencer o Dérbi virou obrigação
Opinião de Roberto Gomes Zanin
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O futebol é dinâmico e eu não tenho compromisso com o erro. Nesse ponto sou diferente da maioria dos colegas, que seguem a regra de Nelson Rodrigues: se os fatos mostrarem que eu estava errado, pior para os fatos.
Pois bem. Até o jogo contra a Ponte Preta, queria acreditar que o time se reencontraria.
Mas a derrota em Campinas despertou uma sensação estranha, de um dejá vu, qual filme de terror em vídeo cassete. Ele acaba, o aparelho rebobina a fita e você se vê obrigado a rever tudo, num ciclo sem fim, que só será interrompido quando você acordar do pesadelo.
Contra a Ponte Preta esperava o Timão pressionando desde o início, já que o fraco adversário estava pressionado pelo Z4. Mas Carille resolveu investir no mesmo banho-maria de sempre, que deu certo no primeiro turno quando o time estranhamente sobrava no aspecto físico (teria o preparador, Walmir Cruz, planejado que o elenco atingisse o ápice antes da hora?). O problema é que agora os jogadores estão com as pernas pesadas.
Claro que não podemos descartar as noitadas. Incrível como nós, jornalistas, mimamos jogadores. Sempre estamos a defendê-los.
Voltando ao jogo e ao filme de terror do início do texto. O roteiro em Campinas foi o de sempre: o time começa em marcha lenta, toma o gol e só então passa a jogar bola, buscando o empate. Por que não jogar assim desde o início, sem ter que aturar a cera e os milagres que qualquer Zé Mané do gol sempre opera contra nós?
Estranho o que senti nesse jogo. Torci para estar errado, mas tinha certeza que não conseguiríamos o empate. Mesmo que o jogo durasse 200 minutos.
Irmãos, na boa.
O que aconteceu no primeiro turno beira a ficção. Esse elenco não tem qualidade para ter feito aquilo.
Havia me proposto a seguir fechado com o time até o final.
Mas, a raiva que passei em Campinas, antecipou meu deadline.
Agora, vencer o Dérbi virou obrigação. Seria o despertar do pesadelo. O fim daquele filme de terror.
Se o rival nos ultrapassar no domingo, restará lutar pela vaga na Libertadores.
Por um lado, será um vexame, dada a grande vantagem obtida durante mais da metade do campeonato. De outra parte, analisando friamente, estaríamos no lucro, dada a mediocridade desses jogadores.
Carille merece um artigo à parte. Ainda escreverei sobre o tema.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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