Desorganizado e sem intensidade
Opinião de Walter Falceta
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1) O Corinthians tem abdicado de propor o jogo fora de seus domínios. Agora, também em casa, encontra dificuldade para assumir protagonismo nas partidas. Neste sábado frio, o Vitória iniciou o jogo de forma ousada, levando perigo à meta guarnecida por Walter, especialmente com Neilton.
2) Mais uma vez, o técnico Loss apostou na formação do 4-2-3-1. Maycon atuava como um volante adiantado, de forma que esse desenho se alterava para um 4-1-4-1 nas ações ofensivas da esquadra mosqueteira.
3) A análise tática pode levar o leitor a acreditar em alguma sólida organização. Na verdade, não foi o que se viu na arena itaquerense. Há evidente descompactação entre as linhas, especialmente quando a equipe alvinegra perde a posse da bola.
4) Rodriguinho e Pedrinho, quando desarmados, põem em apuros o setor defensivo, especialmente no flanco direito, defendido por Mantuan, atuando em área estranha a sua vocação.
5) Tampouco há organização nas ações ofensivas. Em áreas congestionadas pelos adversários, a opção costuma ser a pontada individual de Pedrinho. Avançando pelo setor esquerdo em diagonal para o centro da cancha, ele procura servir Roger pelo alto ou opta pelo arremate. A jovem revelação corinthiana, no entanto, ainda enfrenta problemas com esse fundamento. Normalmente, cava demais o chute e dispara sobre a cidadela adversária.
6) Sem dúvida, o Corinthians tem sofrido com os desfalques. Não se justifica, no entanto, postura tão confusa e tão pouco inspirada, em casa, diante do modesto time do Vitória. Faltou a intensidade que se espera de um mandante.
7) Carece tratar de outro elemento raro no time de Loss: a inspiração. Se existe algum arrojo, falta a criatividade. O time se mostra demasiadamente previsível, ainda mais aos olhares de técnicos tarimbados como Vagner Mancini. Chega a irritar a troca de passes em semicírculo à frente da área adversária, em uma conduta de jogo que muito lembra o handebol. Neste sábado, a opção de escape foi o voluntarioso lateral Sidcley, pela esquerda.
8) Na formação atual, com o centroavante de ofício, no entanto, muitas dessas bolas são desperdiçadas pela inoperância de Roger. O atleta que substituiria o artilheiro Jô parece pouco à vontade com a bola, que trata sem zelo e carinho. No alto, raramente ganha uma disputa de bola. Na área, apresenta-se sempre atrasado para as conclusões.
9) Não se sabe exatamente o que tenta o técnico Loss com substituições tão tardias. Matheus Matias finalmente entrou em campo, mas aos 43 minutos do segundo tempo. Um evidente desperdício.
10) São agora seis jogos com o novo técnico. O time estabelece média pífia de 0,5 gol por jogo. O aproveitamento de pontos é de apenas 27%. Sem dúvida, os desfalques pesam, mas este não é o único problema do Timão. Que venha logo o recesso.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.