No fim, toda camisa pode ser linda
Opinião de Andrew Sousa
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De início, a nova terceira camisa do Corinthians assusta. Mesmo com as imagens vazadas antes do anúncio da Nike, nesta sexta-feira, poucos alvinegros estavam preparados para a sensação de pensar: "eita, era essa camisa mesmo...".
Em grupos de torcedores, é claro, não há como escapar das perguntas sobre o novo manto. Feio ou horrível? Estiloso ou bizarro? Cada um se posiciona como bem entende. Mesmo dando meus pitacos, costumo ter uma espécie de auto-controle na hora de julgar um uniforme.
Uma camisa, afinal, é muito mais do que seu design e seus patrocinadores - coloridos ou em preto e branco. Uma camisa do Corinthians conta uma história. E no fim, é isso que a eterniza, não seus rótulos de bonita ou feia.
A terceira camisa de 2008, por exemplo, é bastante questionável - tanto na estética quanto na justificativa da Nike, que quis destacar o "corinthiano roxo". Mesmo assim, é raro achar um torcedor que não goste dela. Isso, é claro, por todo seu significado. Ela marca a reconstrução do clube, o primeiro passo para a era vitoriosa que viriam após a Serie B.
Em 2015, o laranja do terrão assustou de início. Rapidamente, porém, caiu nas graças da Fiel e passou a marcar presença nas arquibancadas da Arena Corinthians. Sua "beleza" ficou ainda maior pela história ao seu redor: o Timão a utilizou na campanha inesquecível do título do Brasileirão daquele ano. Como achar feia?
Outras duas camisas vão pelo caminho contrário. A azul de 2013 - que me lembra Alexandre Pato - passa despercebida na lembrança geral da torcida. Aquele ano como um todo foi bastante esquecível, o que acaba dando o rótulo de feia para a peça - ainda que ela seja interessante, com detalhes bonitos na gola e nas mangas.
Com outros tons de azul, usando de um degradê sem tanta explicação, o uniforme de 2016 também ficou para trás. Aquela temporada, afinal, foi muito ruim. Com um elenco de nomes muito criticados pela Fiel, o item é outro que entra na lista de esquecíveis.
Mesmo estranha à primeira vista, então, a camisa lançada pelo Corinthians nesta sexta-feira pode mudar sua imagem para a torcida. O rótulo de feia pode ser trocado por marcante, histórica, única ou linda. Tudo depende da história que a equipe de Carille vai construir com ela.
Hoje você pode até não comprar a peça, mas e se o Timão beliscar o Brasileirão e a Copa Sul-Americana usando-a em jogos decisivos? A estética tem algum peso quando a história em si já é bonita? Eu prefiro esperar - e torcer para que essa camisa fique eternamente dentro de nossos corações.
O Corinthians vai estrear a peça neste sábado, contra o Ceará. O jogo será meu primeiro na Arena. Ou seja, a camisa já dá um passo importante para ter espaço especial no meu coração. Que venham mais momentos marcantes com ela.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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