Não foi uma, não foram duas, mas foram várias negociações, seja contratação ou renovação de contrato, em que misteriosamente e sem nenhum motivo aparente o Corinthians entregava de bandeja para jogador ou empresário uma porcentagem dos direitos econômicos sob o pretexto 'veio de graça, só com luvas' ou 'se não der porcentagem, o jogador não renova'.

E a torcida comprou essa ladainha, vivia repetindo o mesmo discurso aqui.

Quantas vezes vimos, por exemplo, um jogador livre e sem contrato podendo vir com 100% dos direitos ligados ao Corinthians, mas estranhamente o Corinthians ficava com 60%, mesmo o clube tendo pago luvas generosas. Renovações de contrato foram aos montes, o Corinthians entrava na negociação com 100% ou 90% dos direitos, mas ao final da negociação terminava com 70% ou 60%, mesmo tendo aumentado significativamente o salário do jogador.

Engraçado que isso parou de acontecer com a nova gestão. O Corinthians começa com 100% ou 90% e termina com a mesma porcentagem.

O caso do Moscardo foi simbólico. O Corinthians tinha 90% dos direitos, jogador de 17 anos ainda no Sub-17, duvido que tivesse um salário superior a R$50 mil por mês. Teve o contrato renovado pela gestão anterior pra aumentar a multa para o exterior, recebeu um vultuoso aumento, passando a receber um salário superior a R$300 mil, e ainda levou de bandeja 10% dos direitos econômicos.

Curiosamente os mesmos 10% que voltaram para o clube na venda concretizada pela nova gestão assim que virou o ano. Alguns podem dizer que o jogador abriu mão desse percentual pra forçar a diretoria a fazer o negócio, ok. Ou será que é porque esses 10% já tinham outro destino marcado quando renovaram o contrato dele e ele nem contava mais com esse valor? Fica a pergunta.