No início do ano, todos os jornalistas eram unânimes. O Corinthians era o time mais fraco entre os Paulistas, alguns até com um certo ar de pompa diziam que era candidato a rebaixamento. Tentava me lembrar o porquê disso nesses últimos dias, o porquê de tanta certeza. Será que era apenas um sentimento anti aflorado, ou tinham algumas razões pra isso. Isso foi o que me lembrei, principalmente sobre os titulares do Carille. Eis algumas coisas:
Cássio - Vinha provavelmente do seu pior ano com a camisa do Corinthians, com certeza um dos com mais questionamentos. A pedida da torcida por Walter titular só não foi maior por conta da lesão dele no começo do ano.
Fagner - Este era um dos inquestionáveis, por muitos ainda o melhor LD do Brasil. O problema maior era na sua reposição, já que residia sobre Léo Príncipe esse cargo.
Balbuena - Vinha de uma temporada regular, mas era sombra de Felipe, que tinha saído para o Porto no meio do ano. Depois foi exposto, principalmente por Oswaldo de Oliveira e tinha sempre muitos questionamentos a seu respeito.
Pablo - Vinha do Bordeaux, onde era mais reserva que titular. Nunca tinha atuado em grandes clubes no Brasil. Até tinha confiança, mas sem pisar em campo essa confiança não era total.
G. Arana - Sempre visto com MUITO potencial, mas era reserva até o final de 2016 e só foi titular por conta da venda de Uendel para o Internacional. Era sua temporada de afirmação.
Gabriel - Comprado do arquirrival, que o tinha preterido por conta de Felipe Melo, chegava com a obrigação de arrumar a posição de volante no Corinthians, que ainda sentia saudades de Ralf. Como terminou o ano com Cristian e Willians, ele já era visto como uma esperança maior.
Maycon - Voltando de empréstimo da Ponte Preta, onde tinha feito um bom campeonato brasileiro em 2016, já voltou assumindo a titularidade. Era outra promessa da base que finalmente teria seu ano de afirmação.
Jadson - Veio como redenção da temporada. O camisa 10 de 2015, vinha com a função de voltar com a bola parada e organização que não teve em 2016 no Corinthians. Mas os questionamentos sobre sua forma física ficavam cada vez mais evidentes, principalmente pelos momentos na China.
Rodriguinho - Era tido como o jogador mais regular de 2016, precisava manter esse nível. Mas como se trata de Rodriguinho e regularidade, duas palavras quase rivais, os torcedores sempre ficaram com um pé atrás (a imprensa então nem se fala).
Romero - Esse acho que não precisa nem comentar. Romero é o jogador mais questionado do Corinthians desde... Ah sei lá, desde que foi contratado. Aquele que o que falta em técnica, compensa em raça. Amado por uns, odiado por outros é sempre aquele jogador incógnita, do qual pode se esperar um drible lindo e uma pisada na bola. Talvez essa foi a primeira temporada na qual ele realmente foi titular inquestionável, principalmente após a saída do Marlone, sempre pelas pontas do campo.
Jô - Quem lembra de tudo o que era falado quando o Jô chegou da China, de graça, com a forma física de quem ia jogar um futebol no churras da firma? Questionado era pouco. E ficou ainda mais quando o Corinthians tornou pública a negociação com Didier Drogba, camisa 9 com reconhecimento internacional. Podia ser um indicativo que nem o Corinthians acreditava tanto no Jô. Mas o que terminou com um 'Valeu Drogba' se transformou na chance da reviravolta do querido João, menino do terrão Corinthiano.
Fábio Carille - Auxiliar por anos, Interino Quebra-Galho de vez em quando, finalmente tinha sua chance como técnico do Corinthians. Mas só depois de várias recusas de técnicos com renome (como Roger Machado, Reinaldo Rueda e outros). Questionamentos sobre eles eram naturais. Precisava provar muito a todos.
Isso sem falar nas cobranças por elenco, Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel, Kazim, Moisés e tantas outras...
Chegou o fim do ano, e o resultado de tantos questionamentos se materializou em uma taça e o primeiro e único poster de HEPTACampeão Brasileiro. Acho que vão pensar melhor agora antes de chamarem de 4ª força agora.
#HEP7ADERESPEITO