O futebol nacional nessa última década vem se transformando cada vez mais em uma linha tênue que separa o sucesso do fracasso. Temos uma geração escassa de jogadores talentosos, e os que têm talento, jogam fora do Brasil. E, ao mesmo tempo, o futebol brasileiro se abre para questões táticas que fazem a diferença no futebol atual jogado mundialmente.

Vemos aqui treinadores fazendo a diferença cada vez pelos movimentos táticos que oferecem. E a questão tática faz a diferença entre um time campeão a um time que, por incrível que pareça, pode até ser rebaixado. Estamos nivelados por baixo.

Exemplo: Jorge Jesus considerado um Deus no Brasil não cansa de tomar piaba em Portugal, onde mesmo tendo um time melhor, sofre várias derrotas. O Flamengo que dirigiu, um time realmente talentoso, foi comparado a outros esquadrões, simplesmente por ter jogadores acima da média nacional, mas que pra mim nunca se comparariam a um São Paulo de 93, Palmeiras de 96, Corinthians de 99, por exemplo. Mas o abismo tático é tão grande que ganhou com folga e foi comparado.

Abel Ferreira é outro que era comum e aqui tornou-se campeão rapidamente, simplesmente por implantar um mínimo de organização. Quando pegou times desorganizados, se sobressaiu. Agora pegou o Crespo, que deu-lhe um nó tático, entregando a bola para seu time e expondo sua limitação, em ser apenas um time reativo e de contra-ataques. Precisou criar, não conseguiu e perdeu.

Pra mim, tirando o Flamengo, que tem um time superior (mas que não é isso tudo, e verão quando sair o Gérson, esse um dos poucos que jogaria em time de primeiro escalão no mundo), o futebol é muito nivelado por baixo. Palmeiras e Atlético-MG também são bons, mas nada extraordinário.

Corinthians, Inter, Grêmio, Fluminense e até o São Paulo. A linha que define o sucesso e fracasso desses times está no técnico e na sua capacidade de jogar o futebol atual mundial. Faz muita diferença.

Isso tudo me deixa ter esperança que os conhecimentos do Sylvinho, aliados à uma geração promissora de jovens como João Victor, Raul, Piton, Mantuan e Adson, juntamente com bons valores individuais como Luan, Cássio, Fagner e Vital, pode sim dar liga. "Ah, mas falta um centroavante", dirão... Mas também falta outras posições para os demais clubes.

Onde podemos chegar? Não sei! Nossa camisa é pesada demais. Só não acho o time essa tragédia que pintam e, se der liga, meu amigo. Pode dar muito bom! Porque isso aqui é Corinthians ! E isso faz muita diferença!