Jogadores do Corinthians agem em contra-ataque
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POR: Luciano Trindade
Especial para o DIÁRIO
Três dias após a invasão ao CT do Parque Ecológico, os jogadores do Corinthians partiram para o contra-ataque. Por meio de uma carta divulgaram no site oficial do clube, o elenco repudiou o protesto de sábado, durante o qual o atacante Paolo Guerrero chegou a ser agredido com uma gravata.
A equipe, que enfrenta às 22h de hoje o Bragantino, no Pacaembu, exigiu melhores condições de segurança e cobrou punições severas aos responsáveis pelo ato de vandalismo. Durante a invasão, funcionários do Corinthians chegaram a ter pertences pessoais furtados e o consultor médico do Timão, Joaquim Grava, se machucou.
'Não admitiremos mais nenhum desrespeito ao nosso compromisso de profissionais dedicados e honestos com o clube e sua enorme torcida. Estamos à disposição das autoridades e dos órgãos públicos para identificar e colaborar com a punição dos responsáveis por essa barbárie', diz trecho da carta, assinada em conjunto pelos jogadores do Timão.
No mesmo texto, os integrantes de organizadas que invadiram o CT do Parque Ecológico são chamados de marginais.
Guerrero será um dos primeiros a colaborar com as investigações. O peruano já concordou em prestar depoimento à polícia. Hoje, o presidente Mario Gobbi comparecerá à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para entregar todos os registros da invasão, inclusive os fornecidos pelo circuito interno de segurança do CT. O dirigente também pretende se reunir com o promotor Roberto Senise Lisboa, do Ministério Público.
'Relacionaremos também alguns funcionários que foram agredidos ou sofreram ameaças para prestar depoimento', acrescentou o diretor de futebol alvinegro, Ronaldo Ximenes.
Greve/ Na carta, os jogadores do Corinthians manifestaram apoio à ideia de uma greve geral na rodada deste fim de semana do Campeonato Paulista.
Como o DIÁRIO informou ontem, o zagueiro Paulo André, líder do movimento Bom Senso FC, encontrou-se na segunda-feira com o presidente do Sindicato Nacional de Atletas Profissionais, Rinaldo Martorelli, para discutir a possível paralisação do estadual. Martorelli já esteve na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol) para conversar com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
Trechos da carta dos jogadores
'Estamos fartos com a irracionalidade e com os atos de violência impunes que envolvem inúmeras situações ligadas ao futebol'
'As cenas grotescas vividas neste último sábado por nós jogadores e por todos os funcionários do SCCP determinam que uma tragédia sem
precedentes está prestes a ocorrer'
'Sabemos também que estes mesmos marginais, infiltrados nas torcidas de todo o país, provocaram mais de 90% das brigas nos estádios nos últimos anos'
'Assim como há uma maioria de jogadores dedicados e profissionais, há também, como em qualquer profissão, jogadores menos responsáveis e menos comprometidos'
'Admitimos o nosso fracasso dentro de campo nos últimos meses e admitimos um fracasso ainda maior por termos ido a campo no último final de semana quando, na verdade, poderíamos ter dado um basta a essa situação'
'Nós, jogadores do Corinthians, reivindicamos que haja segurança para que possamos trabalhar em paz em busca de novas vitórias'
'Finalmente, não admitiremos mais nenhum desrespeito ao nosso compromisso de profissionais dedicados e honestos com o clube e sua enorme massa torcedora'
'Nós tornamos público o nosso apoio à iminente paralisação proposta pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo para o fim de semana'
Fonte: Diário de São Paulo