Técnico do Corinthians cita episódio da Segunda Guerra ao apoiar conclusão do Brasileirão
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Por Meu Timão
O técnico Oswaldo de Oliveira fez uma bonita regressão ao defender a realização da última rodada do Campeonato Brasileiro. Em entrevista concedida nesta sexta-feira, no CT Joaquim Grava, logo após falar sobre a tragédia que atingiu a Chapecoense nesta semana, o treinador citou um episódio da Segunda Guerra Mundial para se posicionar sobre o encerramento do Brasileirão.
"Toda e qualquer conjugação neste momento é muito difícil. Falamos aqui de um fato muito grande, com proporções inimagináveis. O luto tem que ser respeitado, com certeza, isso é irrevogável, mas o campeonato tem que acabar, precisa", afirmou.
"Uma vez li um livro que contava a história da Segunda Guerra Mundial e os ataques frequentes dos alemães à cidade de Londres. A cidade acabou se habituando com aquela situação. Todo mundo estava trabalhando, camelôs vendendo comidas, e quando os ataques aconteciam, todo mundo corria para os bunkers, para o subsolo. Quando acabava, todo mundo voltava à rotina. O que aconteceu com nós é de uma dimensão muito grande, difícil de administrar. Na medida que o tempo vai passando, vamos tendo vários tipos de informação e opinião", acrescentou.
A última rodada do Brasileirão se tornou uma incógnita e tema de muita discussão nos últimos dias desde que a CBF adiou as dez partidas para o dia 11, em respeito à vítimas do acidente aéreo com o avião da Chapecoense. O Internacional, por exemplo, tem se posicionado contrário a realização da última rodada, numa tentativa de se manter na Série A. O Atlético-MG, por sua vez, já avisou que não viajará para Chapecó pois entende não haver clima para jogar contra a Chapecoense.
"Respeito muito o que o pessoal do Internacional está dizendo e também acho que o Atlético-MG tem razão de não jogar contra a Chapecoense. No momento deste jogo tem que se prestar uma homenagem. Mas o campeonato tem que acabar, tem muita coisa para acontecer em uma rodada. Não sei se seria interessante uma troca, talvez jogar a rodada na quarta-feira e a Copa do Brasil no domingo, já que assim alterna o planejamento de todo mundo e as férias legais de todos os jogadores", argumentou Oswaldo.
"Isso precisa ser muito bem pensado, temos de levar em consideração os dois lados, o da perda descomunal de tantas pessoas queridas e boas, com as quais tínhamos ligações, e o lado da missão que temos que cumprir, de terminar o campeonato", finalizou.