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Sem empresário, volante de geração campeã na base deixa Corinthians: 'Não me procuraram'

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Marcio Ferrari (à frente) fez parte da geração que revelou Matheus Cassini e Malcom

Marcio Ferrari (à frente) fez parte da geração que revelou Matheus Cassini e Malcom

Divulgação

O volante Marcio Ferrari, de 21 anos, está de saída do Corinthians. No Parque São Jorge desde 2004, período em que as categorias de base ainda treinavam no chamado “terrão”, o jogador tem contrato vigente com a equipe paulista apenas até este domingo, dia 5 de março. Porém, jamais foi procurado pela diretoria do clube para definir sua situação.

Ferrari, conhecido como “PC”, passou por todas as divisões menores do Corinthians. Tido como promissor pela diretoria alvinegra, foi capitão na conquista do Paulista Sub-17 de 2013. Dois anos mais tarde, integrou a geração campeã da Copa São Paulo de Futebol Júnior, da qual saíram o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o volante Maycon, o meia Matheus Cassini (hoje na Ponte Preta) e o atacante Malcom (Bordeaux-FRA), todos profissionais atualmente.

Apesar do bom futebol, a joia viu sua carreira tomar novo rumo em razão de problemas físicos. Foram duas sérias lesões nas últimas temporadas, uma delas responsável por afastá-lo dos gramados por oito meses. Em entrevista ao Meu Timão, ele desabafa, abre o jogo sobre a dificuldade para voltar a jogar e alega ter sido abandonado pelo antigo empresário, Nilson Moura, além de lamentar a postura do Corinthians. “Ninguém me procurou para falar 'olha, seu contrato vai encerrar, boa sorte'. Não aconteceu nada disso”, diz.

EMPRÉSTIMOS E GRAVE CONTUSÃO NO JOELHO

Em setembro de 2015, já sem espaço no Sub-20 do Corinthians, Ferrari foi emprestado aos juniores do Red Bull Brasil para adquirir experiência na Copinha 2016. O time campineiro, no entanto, teve vida curta na competição e acabou eliminado na terceira fase pelo Flamengo – curiosamente, a equipe carioca viria a derrotar o Timão na finalíssima e ser campeã.

O volante, então, foi devolvido à base corinthiana, que decidiu repassá-lo ao Flamengo de Guarulhos, time com o qual detinha parceria. “Quando voltei do Red Bull no começo do ano (2016), cheguei no Parque São Jorge, conversei com o Claudinei (Muza, gerente técnico da base) e o Loss e eles falaram que não iriam me utilizar. Aí me emprestaram para o Flamengo. No segundo jogo do Paulista, operei o ligamento cruzado. Fiquei oito meses parado”, conta.

PC disputa bola com Matheus Vargas em treino para início da Copa São Paulo 2015

PC disputa bola com Matheus Vargas em treino para início da Copa São Paulo 2015

Rodrigo Coca/Agência Corinthians

EXTENSA RECUPERAÇÃO

Marcio quase não atuou ao longo de 2016. Só pôde retomar os treinamentos físicos no fim da temporada, quando o Corinthians o colocou para trabalhar no Parque São Jorge ao lado de outras pratas da casa fora dos planos, como o goleiro Zé Guilherme e o atacante Lauder, sem idade para servirem ao Sub-20 e espaço para serem promovidos ao elenco profissional.

ROMPIMENTO COM AGENTE

Até janeiro deste ano, Ferrari era representado por Nilson Moura, dono da empresa Art Sports e responsável por 5% de seus direitos econômicos – o restante era repartido entre Corinthians (70%), grupo Sonda (20%) e seu pai. Entretanto, de acordo com o jogador, viu-se abandonado pelo agente no momento em que mais precisou. “Eles não me ligaram nenhuma vez durante o tempo em que fiquei lesionado, não entraram em contato comigo. Me deixaram de lado”, afirma.

Diante da situação, o garoto, apoiado por sua família, optou por não prosseguir com o vínculo. “Eu estava com a perna sem poder mexer, perguntei ‘pô, tem como me ajudar nisso, me levar ali?’, mas não podiam. Ficou um pouco complicada a situação e não me procuraram. Só no final, depois que eu me recuperei, pedi pra rescindir o contrato e rescindiram numa boa”, comenta.

FRUSTRAÇÃO COM O CLUBE

Para o volante, que completou 21 anos no último dia 12 de janeiro, o Timão poderia ter tratado de seu caso com maior clareza. “O sentimento que acaba ficando não é positivo, entendeu? Fiquei bastante chateado com as coisas que aconteceram. Vou fazer 13 anos de Corinthians, estou lá desde molequinho mesmo, acho que sou o cara mais velho que tem lá. Os moleques que começaram comigo foram saindo no meio do caminho e estou lá até hoje. Não tive nenhum respaldo, nada concretizado, nenhuma oportunidade também. Ficou uma situação meio chata, eu olho pra eles, eles olham pra mim, fica um clima normal para eles, mas para mim não tanto. É um pouco desagradável”, confessa, magoado.

Em 2013, volante foi capitão no título do Paulista 2013

Em 2013, volante foi capitão no título do Paulista 2013

Reprodução

OUTRO LADO

O Meu Timão procurou Nilson Moura para comentar o assunto. Segundo o agente, que confirmou a rescisão amigável do contrato, a carreira do jovem atleta não decolou por outro motivo. “Depois que foi campeão do Sub-17, ele teve com problema de peso, nunca conseguiu manter o peso. Conseguimos um negócio bom para ele no Red Bull, uma esperança boa. O mandamos para o Red Bull e também não foi aprovado lá. Quando retornou, além da tendência a engordar muito, teve o problema no joelho”, argumenta Moura, que descarta ter deixado o garoto desamparado.

“Não tem o que fazer. Que tipo de apoio você vai dar? Só conversando com ele, falando... Depois que aconteceu isso, nós, de fato, não conseguimos repor ele para nenhum lugar. Ele nos procurou, disse 'olha Nilson, estou insatisfeito com você e estou indo embora'”, recorda. “Ele é um moleque legal pra caramba, gosto dele, quero vá para frente. Mas não o sentíamos brigando por isso. Se não controlar o peso, ele não vai jogar, principalmente com o futebol dinâmico de agora”, finaliza.

FUTURO INDEFINIDO

Marcio pretende seguir a carreira de jogador de futebol, mas não sabe por qual equipe atuará daqui em diante. Na visão dele, encontrar um time sem ser representado por uma grande agência do mercado será seu principal desafio. E já a partir de segunda-feira. “Ainda não chegou nada. Empresário que manda, você sabe como funciona. Algumas pessoas estão tentando me ajudar, atualmente não estou com nenhum empresário, mas não tem nada em vista mesmo. Meu contrato vai vencer e não sei o que vai acontecer”, conclui.

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Veja mais em: Mercado da bola e Base do Corinthians.

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