Finalista com o Corinthians, Byanca Brasil iniciou carreira com auxílio de garrafas plásticas
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Por Meu Timão
Em meio a falta de incentivo encontrada pelas mulheres que desejam fazer do futebol sua profissão, cada uma das profissionais tem uma história de superação diferente. Prestes a enfrentar o Santos nesta quinta-feira, às 18h, pela final do Campeonato Brasileiro, Byanca Brasil não foge disso. Quem vê seus inúmeros gols com a camisa alvinegra nem imagina como tudo começou.
Depois de ser recusada em seu primeiro teste, no Vasco da Gama, a atleta passou por uma bateria de 20 dias intensos de treinamento. No entanto, nada de escolinha, academia ou outro clube. Seu pai Átila, com o auxílio de garrafas plásticas, foi o seu professor.
"Em casa eu comecei a pesquisar mais sobre como ensinar a ela. Vi alguns vídeos de treinamentos e tive a ideia de, já que não podia comprar aqueles cones e as coisas pro treinamento, improvisar. Então, usei garrafas pet e uma escada, diante dos vídeos que eu vi do Falcão, dando uma carretilha ou a lambreta, e comecei a botar esses vídeos em câmera lenta pra entender como levantar a bola. Com o videozinho, a gente conseguia improvisar esses lances ou aperfeiçoar", contou o pai, em entrevista ao GloboEsporte.com, revelando seus simples mas eficientes métodos de treinamento.
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Apesar da enorme importância na carreira da atacante, Átila tinha outros planos para a filha - tentou fazer dela uma profissional de atletismo. Porém, bastou um encontro com o futebol para Byanca saber o que queria para sua vida.
"Foi uma sensação única porque era uma coisa que eu já gostava sem saber. Quando chutei uma bola pela primeira vez, fiquei muito feliz e sabia que era aquilo que eu queria pra minha vida, era aquilo que me trazia felicidade, era o esporte que eu apaixonada", relembrou Byanca.
Com a bagagem dos treinos dados pelo pai, a atacante passou no teste seguinte e construiu bela carreira. Com artilharias constantes, começou no Foz de Cataratas. Antes de chegar ao Corinthians-Audax a jogadora ainda defendeu o Kindermann, de Santa Catarina.
"Acho que tive de rodar conforme o futebol ia me levando. Onde tinha competição eu ia jogar, independentemente se fosse no Vasco ou no Bangu, eu tentava não me apegar à camisa pra não ficar parada no futebol. Acho que isso foi me dando bagagem pra um dia sair do Rio de Janeiro, já que era o meu sonho jogar fora, e hoje estar aqui em São Paulo", concluiu a jogadora.