1 em 30 milhões: ele carrega o Corinthians no nome e só não repassou tradição por 'golpe' da esposa
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Por Lucas Faraldo
Não é raro no mundo do futebol um torcedor, seja ele do Corinthians ou de qualquer outro clube, se dizer fanático desde o nascimento pelo time de coração. No caso de Leif Ericsson de Queiroz Santos, tal máxima é levada ao pé da letra. Ou melhor, das letras: L, E, I e F.
Você é um astuto leitor e já percebeu o porquê de o nome do corinthiano de 30 anos de idade ser uma homenagem ligada ao Timão? Não!? Sem problema! O próprio Leif, em entrevista ao Meu Timão, disse só ter entendido na adolescência o significado de sua designação:
"Meus pais me contaram quando eu tinha uns 12, 13 anos. Anotei o nome numa folha de papel e fiquei olhando. E olhei umas 30 vezes. 'Realmente, é Fiel ao contrário', eu pensei. Como gosto muito do Corinthians, saí dizendo para todo mundo, com muito orgulho, que meu nome tem significado ligado ao Corinthians", recordou.
"Eu perguntei por que eles não colocaram o nome de um jogador que tenha feito algum gol histórico e tudo. Disseram: 'Não. Queríamos homenagear o Corinthians, não um jogador'", acrescentou, detalhando a admiração dos pais Josina Ana e Nataliano pela Fiel Torcida.
Leif nasceu e mora até hoje em Campina Grande, na Paraíba. Em certas regiões do Nordeste, conforme explicado pelo próprio corinthiano durante o bate-papo com a reportagem, ainda é muito comum famílias distribuírem a suas crianças nomes "mais tradicionais". Assim, não é de se estranhar que o registro do paraibano, três décadas atrás, tenha causado certo rebuliço no cartório:
"Meu pai que foi. Chegando lá, quando ele falou o nome, todo mundo ficou surpreso. Até porque aqui sai muito nome José, Sebastião, Francisco. Aí meu pai explicou: 'Aqui tem um motivo. O motivo é nosso vício, a nossa razão de alegria e viver da gente, o nosso Corinthians'. Pessoal ficou brincando, mas registrou numa boa", contou Leif.
Nem mesmo as piadas com as quais teve de conviver na infância - seus apelidos mais utilizados pelos coleguinhas eram Leite e Vida (semelhança com a palavra Life, que significa Vida em inglês) - fizeram Leif cogitar uma mudança de nome. Muito pelo contrário, aliás!
"Desde muito cedo me dei conta de que seria um corinthiano fanático. Eu tinha sete anos e lembro da Copa do Brasil de 1995. Lembro passagens muito tristes, como as eliminações para o Palmeiras nas Libertadores de 1999 e 2000. Então eu já era fanático pelo Corinthians antes mesmo de me dar conta do significado do meu nome", argumentou.
"Então jamais pensei em trocar de nome. Em todo lugar que chego falo com muito orgulho meu nome. É o maior orgulho que tenho. Eu carrego uma coisa que lembra o Corinthians no meu nome. Como iria pensar em trocar? Jamais. Levo esse nome para o resto da minha vida", acrescentou.
'Golpe da barriga'
Não satisfeito em se chamar Leif, o torcedor entrevistado pelo Meu Timão quis repetir o gesto de seus pais e assim também prestar uma homenagem ao Corinthians na hora de registrar o nome de seu filho. A esposa, Maria Clara, no entanto, foi mais rápida e aplicou uma espécie de "golpe" - no mais bem humorado sentido da palavra.
Logo após o nascimento do pequeno Yuri, atualmente com um ano e seis meses de idade, Leif saiu às pressas da maternidade para sacar o dinheiro do pagamento do parto. Foi neste intervalo de poucos minutos que Maria Clara agiu:
"Como os filhos são registrados no próprio hospital, que tem um cartório lá dentro mesmo, minha esposa aproveitou que eu saí, chamou a escrivã no quarto e registrou. Meu filho seria chamado Emerson Basílio Carvalho de Queiroz. Ela acabou colocando Yuri", revelou.
"Nossa primeira filha, Maria Eduarda, hoje com três anos, já havia sido registrada em homenagem à sogra. Aí seria então seria minha vez de escolher (...) Isso rendeu uma baita discussão, ficamos uns dez dias sem se falar", relatou, hoje entre risos.
A explicação para a ideia de homenagem de Leif não é muito difícil de ser compreendida pelos leitores do Meu Timão: Emerson Sheik, herói da Libertadores de 2012, e Basílio, do Campeonato Paulista de 1977.
"Emerson devido aos libertados dessa saga para acabar com a história de que não tinha Libertadores", fez questão de esclarecer Leif, antes de completar: "E Basílio devido ao gol salvador que acabou com a fila de 23 anos, 23 anos em que mesmo sem títulos a torcida cresceu cada vez mais e mostrou porque é chamada de Fiel."
Chamada de Fiel... Nem só a torcida corinthiana, não é mesmo, Leif?
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