Talvez grande destaque do Corinthians entre todas as categorias e modalidades na temporada de 2019, a equipe feminina está mais que viva que nunca por dois dos mais importantes títulos do ano: os campeonatos Paulista e Brasileiro. Por trás dos bons resultados em campo, há uma preparação minuciosa e particular de bastidores em relação, por exemplo, ao time masculino. Isso por conta das diferenças biológicas entre elas e eles.

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As jogadoras do Corinthians, como qualquer mulher na faixa dos 20 e 30 anos de idade, convivem mensalmente com seus ciclos menstruais. Isso implica numa constante alteração hormonal no organismo de cada uma das atletas. A comissão técnica, claro, tem de lidar com essa situação. E para isso há um controle por parte do clube e, quando necessário, também um tratamento especial para aquelas jogadores consideradas mais sensíveis.

"Essa é uma questão importante e é individualizada. A TPM e todas as alterações hormonais da menstruação fazem parte da nossa rotina", explicou a médica Taline da Costa, do departamento de futebol feminino do Corinthians, em entrevista ao portal Globoesporte.com.

"Algumas atletas não sentem nada, mas outras têm queda de desempenho. Algumas, tratamos dois dias antes do ciclo para reduzir os sintomas e a cólica. E controlar as datas para que não chegue em dias de jogos importantes. Grande parte das atletas sofrem com alteração de humor e isso pode influenciar no risco de lesão. É preciso conhecer cada uma delas para intervir em quem precisa e maximizar a performance", acrescentou.

Descamação natural das paredes internas do útero das mulheres, o período de menstruação ocorre, em média, a cada 28 dias. E gera uma também natural queda no nível de ferro do organismo por conta da perda de sangue. No caso de atletas de alto rendimento, o risco de anemia deixa um sinal de alerta constantemente ligado para a equipe de Taline no Timão.

"As mulheres, principalmente as atletas, sofrem com o risco de anemia não só pelas perdas menstruais, mas também pelo esforço físico constante. Ficamos bem em cima, também na questão da desidratação. O controle de tudo isso minimiza o risco de lesão. O trabalho no Corinthians é multidisciplinar, começa na pré-temporada e vai ao longo do ano com um mapeamento cardiológico, exames períodos e análise de eventuais alterações metabólicas", detalhou uma das principais responsáveis pelos cuidados biológicos das meninas alvinegras.

Devidamente cuidada fora das quatro linhas, a mulherada do Corinthians entra em campo nesta domingo para enfrentar a Ferroviária pela finalíssima do Campeonato Brasileiro. Nas finais do Paulistão, o adversário será o São Paulo - as datas ainda não foram confirmadas.

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