Conselheiro do Corinthians fala pela primeira vez da chance do filho de 27 anos no Sub-23
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Por Meu Timão
Uma das maiores polêmicas do Corinthians em 2019 voltou à tona na noite desta sexta-feira. Pela primeira vez, o sócio e conselheiro do clube Francisco Papaiordanou falou da participação do seu filho, então com 27 anos, no elenco da equipe sub-23 - contrato foi registrado em junho, com duração de seis meses.
Durante uma live promovida pelo jornalista Alexandre Praetzel em seu canal no YouTube, o pai do meia Fran reconheceu o desgaste do episódio, lamentou a polêmica, listou os méritos pela chance recebida - alguns com informação errada -, citou o atual diretor de futebol da equipe profissional (Duílio Monteiro Alves) como incentivador da ideia e, por fim, garantiu que seu filho teria uma carreira mais bem sucedida em campo se tivesse um empresário mais influente no começo da carreira.
"Eu acabei não tocando muito no assunto, deixei o pessoal falar. Se falou muito que meu menino... um filho de conselheiro do clube... foi jogar na equipe sub-23. Isso deu a impressão que era um rapaz que nunca jogou em lugar nenhum e foi lá para jogar. Acontece que o menino entrou com 5 anos, passou em todas as categorias, foi campeão em todas as categorias que passou, foi campeão do mundo sub-20, sendo um dos três melhores jogadores do mundo naquele momento, foi artilheiro da Copa São Paulo pelo Corinthians, e saiu do clube por motivos que não quero entrar em detalhes", afirmou o conselheiro corinthiano.
Franzinho, na verdade, foi campeão mundial de clubes sub-18, e não sub-20, em torneio disputado na Espanha na temporada 2010 - reportagem não encontrou a lista dos três melhores jogadores daquela competição.
Em relação à artilharia da Copinha, o ano em questão é 2011. O meia foi vice-artilheiro do Corinthians naquela edição, com três gols. O artilheiro do Timão na ocasião, segundo registros oficiais da Federação Paulista, foi o atacante Jô, com quatro gols - jogador, atualmente, está com 28 anos e atua pelo São Caetano.
Na mesma resposta da live, Francisco Papaiordanou explicou como se deu a oportunidade de atuar na equipe sub-23 do Timão no ano passado.
"Ele estava sem clube.... vários jogadores quando estão sem clube, num hiato de uma temporada, treinam lá no clube, sempre tem jogadores lá treinando. Ele foi treinar e, numa reunião do Conselho, o Duílio (Monteiro Alves, diretor de futebol do profissional) disse 'por que ele não fica para jogar?' mas não no Sub-23, e sim para a Copa Paulista, que é um time B profissional, que o Corinthians tinha o Flamengo de Guarulhos, com jogadores de até 40 anos contratados há dois, três anos, para jogar essa Copa Paulista, que eu acho uma bobagem. E ele ficou lá treinando sem jogar em função desse problema todo", explicou.
A categoria Sub-23 e a Copa Paulista se confundem, sim. Na única temporada completa disputada pela recém-criada equipe sub-23, que foi em 2019, o Corinthians foi representado na competição organizada pela FPF exatamente com essa categoria.
Em relação ao Flamengo de Guarulhos, a parceria do Corinthians com o clube foi encerrada há quatro anos (durou entre 2010 e 2016).
Por fim, Francisco Papaiordanou lamentou o episódio, viu conotação política na polêmica, reafirmou as qualidades de seu filho e lamentou que o rapaz não tenha tido uma carreira mais bem sucedida em campo.
"Muita gente usou isso politicamente para me atingir. O menino foi jogador do clube, foi campeão lá, nunca ninguém falou dele, não se ouvia falar dele, se diz que eu era o pai do Fran quando ele foi campeão da Copa São Paulo. Agora, quatro, cinco anos depois... mas eu até entendo que muitos tenham questionado porque nem sabiam que ele tinha passado no clube. Se ele não fosse jogador e tivesse sido colocado lá para jogar seria um absurdo mesmo, mas foi um garoto que foi campeão do mundo sub-20, foi artilheiro da Copa São Paulo e não foi aproveitado. E, na minha visão, de alguém que conhece de futebol, deveria ter sido aproveitado. Se ele tivesse algum empresário influente, ele teria ficado lá (no Corinthians) e teria feito uma carreira bem melhor do que ele teve. Acho que acabou sendo prejudicado por eu ser pai dele. Se pudesse fazer de novo, eu faria diferente", finalizou Fran, que é sócio e conselheiro do Corinthians.