O Corinthians foi mais uma vez "bipolar", mudou sua proposta durante a partida, teve falhas individuais e viveu de lampejos no ataque. Dessa vez, porém, conseguiu impor sua "hierarquia" sobre o Goiás, tão ou mais desencontrado do que os alvinegros, com o gol de Danilo Avelar no fim.

O mérito da reação após o empate, por sinal, vai para o meia Otero. Ele entrou bem, apostou até no 1 contra 1, algo que foge até um pouco das suas características. Foi perigoso em quase todas as bolas paradas, conseguindo dar a assistência a Danilo Avelar já nos acréscimos.

O primeiro tempo mostrou bem a proposta idealizada por Tiago Nunes: trabalhar melhor a bola e liberar o apoio de Fagner e Lucas Piton, apostando em um meio-campo que daria menos contra-ataques devido ao retorno de Camacho ao lado de Cantillo. E a ideia acabou se provando certa.

Camacho deu uma segurança à saída de bola e, mesmo cometendo algumas faltas desnecessárias, fez com que Piton e Fagner chegassem bastante ao ataque. Gustavo Mosquito deu profundidade ao time e quase abriu o placar em lance que mostrou toda a qualidade de Jô, pegando sobra e, em vez de finalizar, achando o companheiro em melhor condição na área.

As tradicionais inversões de jogo do colombiano Cantillo forçaram que o Goiás abrisse sua marcação até que ele achou Ramiro, já dentro da área. O meio-campista aproveitou o espaço maior e tocou para o meio, tentando achar Jô. Fábio Sanches, no desespero, acabou mandando contra a própria meta.

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O Timão seguiu com o controle do jogo, mantendo a posse e só sofreu em bolas aéreas erguidas na área de Cássio. Piton, normalmente indo para o combate na lateral em vez de fechar o espaço dentro da área, acabou mostrando uma atitude diferente de Sidcley nos últimos jogos.

Na volta do intervalo, porém, Camacho saiu para a entrada de Gabriel e o Corinthians abdicou de controlar a bola. Gabriel não é um mau passador, mas raras vezes busca progredir com a bola. Seu passe normalmente vai para trás ou para o lado, fazendo com que o adversário crie volume.

Foi assim que o Goiás ocupou mais o campo de ataque e testou a linha corinthiana em várias ocasiões. Bastou um pouquinho de desorganização para que o lance entrasse: em retorno de contra-ataque, Gil posicionou-se 5 metros atrás da linha e, perdido, deixou Vinícius correr nas suas costas, dominar e marcar. O zagueiro reclamou com Fagner no lance, mas o erro foi seu.

Tiago Nunes, então, mandou a campo quase todos os jogadores de ataque que tinha à disposição, menos Boselli e Mateus Vital. O destaque ficou para as pontas: Otero, pela esquerda, arriscou no 1 contra 1 e deu trabalho nas bolas paradas. Natel, na direita, construiu lances em velocidade e só não deu uma assistência porque Luan chutou mal em passe seu.

Diferentemente do que aconteceu no clássico, porém, o Timão mostrou sua hierarquia sobre os goianos. Já no fim, em mais um lance de Otero, Avelar só escorou o cruzamento na área e decretou o 2 a 1.

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