Quatro dias antes da eleição presidencial do Corinthians, o clima nos bastidores ficou ainda mais quente. Nesta terça-feira, um áudio polêmico de Augusto Melo começou a circular em grupos de WhatsApp e redes sociais. Na gravação, o candidato negocia jogadores com um clube de Rondônia e trata de comissões com um empresário chamado Adilson.

Questionado sobre o tema no programa De Placa, do Esporte Interativo, Augusto Melo esclareceu a situação, ressaltando que trata-se de uma conversa antiga, quando não fazia mais parte das categorias de base do Timão, onde trabalhou, e representava o União Barbarense como gerente de futebol.

"Hoje mesmo vamos soltar uma matéria. Fico feliz por um lado, porque mostra como estamos fortes e quanto eles estão preocupados com essa auditoria que queremos fazer. Precisamos acabar com o coronelismo no Corinthians. Há três anos e poucos, me aposentei pela Previdência. Quando sai da base e deixei todos os cargos do Corinthians, quis descansar, jogar meu tênis, curtir o clube. Tinha um grupo de uma escola chamada FutTalentos, onde conheci esse Adilson dentro do nosso clube. Me fez uma proposta para dirigir o União Barbarense. Fazia 16 anos que não tinha futebol, me fizeram uma proposta de parceria como tinha experiência de base para levar a Taça São Paulo para a cidade depois de 16 anos. Fui na FPF, consegui levar a Taça São Paulo, consegui alguns investimentos. O União só podia participar se fosse sede. Consegui as parcerias", contou.

"Dentro desse pessoal, fizemos um excelente trabalho. Inclusive isso vai sair hoje, declaração do presidente. Não tinha salário, fui por experiência, amigos e minha filha estava lá perto. Coloquei o clube em ordem, alvará, tudo essas coisas. Consegui investidores, tanto que o clube está funcionando, piscinas, dobrou número de sócios. Através disso, ele me ofereceu: "você não tem salário, então você vende jogador e pega uma porcentagem". Deu tudo certo. Dentro disso, apareceu uma negociação com pessoal de Roraima e eu como gerente quis negociar", acrescentou.

"Não tinha nada com o Corinthians. Estava com autorização para vender o jogador. Ia entrar dinheiro e eu ia ganhar meu salário. Quando deu errado, mandei esse Adilson embora, essa escola FutTalentos estava cobrando por avaliações, eu mandei embora. O técnico que tinha esquema, mandei embora. Esse pessoal me levou, quando cheguei, os errados eram Adilson, esse Thiago do FutTalentos e esse Cebola do Sub-20. Eu mandei todos embora. Esses jogadores não tem nada a ver com o Corinthians, eram do União Barbarense", concluiu.

Junto do áudio, circulou no WhatsApp o boato de que Augusto Melo abriria mão da candidatura por conta da polêmica. O nome de oposição, porém, manteve o discurso e sequer cogitou abandonar a luta pelo cargo máximo do clube.

"Estou feliz com a campanha, isso mostra que estamos fortes. Vamos ganhar essa eleição e dar um choque no Corinthians. É hora de renovação, com gente que tenha tempo para trabalhar, por isso viemos com um projeto audacioso, sem o Corinthians gastar um tostão. Isso está registrado em cartório. O clube social está cada dia pior, não está tendo renovação, tudo está penhorado. Precisa de um choque de gestão, com gente nova para mudar essa posição", finalizou.

O que diz o áudio

Na gravação que circula pela internet, Augusto Melo discute com "Adilsinho" sobre uma possível negociação de jogadores com um clube de Rondônia. O principal nome é Caroço, mas outros atletas são citados. Na conversa, o candidato fala das porcentagens em torno do negócio.

“O cara não achava que o Caroço tinha agenciador e somos nós, entendeu? O cara estava assediando o Caroço pra ele. Eu não te falei que eu vou levar o Caroço pra Rondônia, eu vou levar os jogadores que eu acho que tenho que levar, que eu conseguir por aqui”, diz Augusto.

"Agora, esse time de Rondônia, que eu vou pesquisar, eu vou até lá. Esse time vai dar 50% pra nós, eu vou pedir pro Vini amarrar os 50%. Então são jogadores que eu não tenho nada a perder, só tenho a ganhar se der certo. Vai ser feito dessa forma, Adilsinho. São jogadores que eu vou achar aqui e vou levar. Se o cara aprovar tá feito, ele me dá 50% pro futuro. Uma hora um desses estoura", completa.

Veja mais em: Eleições no Corinthians.