Tiago Nunes conta bastidores da volta de Mosquito ao Corinthians; ex-técnico foi o responsável
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Por Rodrigo Vessoni
Com cinco gols e três assistências, Gustavo Mosquito se tornou o principal atacante do Corinthians no Brasileirão 2020, de acordo com Vagner Mancini. Um sucesso que só foi possível porque, em agosto do ano passado, alguém o trouxe de volta ao clube.
E esse alguém tem nome e sobrenome: Tiago Nunes. Foi o ex-treinador alvinegro quem pediu à direção que antecipasse o fim do empréstimo com o Paraná Clube para ajudá-lo na competição nacional. E teve de brigar por isso...
Tiago foi demitido cerca de um mês depois do retorno de Mosquito, mas o atacante permaneceu no Parque São Jorge e, cinco meses depois, tornou-se a principal arma ofensiva da equipe.
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A pedido do Meu Timão, Tiago Nunes relembrou como foi o processo do retorno do jogador ao Corinthians. O treinador explicou, primeiramente, por que tomou a decisão:
"Foi um processo de criatividade, em busca de jogadores que pertenciam ao clube e poderiam chegar para compor o elenco. O Gustavo (Mosquito) eu conheço desde o sub-20 do Coritiba porque nos enfrentamos quando eu dirigia o sub-20 do Athletico, e também no Brasileiro Sub-20, competição que ele foi até artilheiro. É um cara que tem velocidade, finaliza bem e, dentro da carência de jogadores com potencial para o um contra um do nosso elenco, ele poderia ser uma solução a curto e médio prazo", explicou.
Na sequência, Tiago Nunes revelou que seu pedido causou rusgas internas no CT Joaquim Grava, já que havia profissionais do Corinthians que não enxergavam sentido no retorno de um jogador que deixou o clube desgastado com a torcida.
"Foi um processo difícil de aceitação interna do clube, muita resistência de quem estava lá para repatriá-lo, principalmente de quem indica os jogadores dentro do clube", lembrou o treinador, que ainda completou:
"E essa foi uma tônica desde o início, como a permanência do Camacho, do Pedro Henrique, do Richard, entre outros atletas. Mas a busca era por desonerar o clube de investimentos altos e, principalmente, num processo inicial de transformação do clube, dar a chance a jogadores que não tiveram tantas oportunidades. Avaliamos todo o plantel, jogadores da base e outros que não tiveram tantas chances, como o Araos, que jogou bastante comigo", lembrou.
Por fim, Tiago Nunes lamentou que esse processo inicial de escolhas seria apenas o primeiro de outros que poderiam vir pela frente, mas a decisão da diretoria foi a de interromper o trabalho em setembro do ano passado.
"Pensamos com isso (decisões mencionadas acima) em fazer um filtro bom no primeiro ano e, no segundo ano, ter uma construção mais segura do que poderia acontecer. Mas aí surgiram mil fatores, que fizeram força para não acontecer, que todos sabem. De maneira geral foi isso", finalizou.