Análise: Corinthians volta ao trio de volantes e trava o jogo fora de casa para chegar ao resultado
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Por Tomás Rosolino
Sylvinho jogou para não tomar gol e, controladamente, criar ocasiões para Fagner e Mosquito, pelo lado direito, decidirem o jogo. Com exceção da desnecessária pressão final sofrida em um desajuste tático, a proposta foi muito bem executada pelos corinthianos, que conseguiram o mais importante: o resultado.
O treinador corinthiano retomou os três volantes do meio-campo, com Roni e Gabriel sendo responsáveis pela pegada e Cantillo entrando na vaga de Camacho para ser o cara do passe. E o bom primeiro tempo, além do jogo controlado por praticamente 85 minutos, passou pela boa atuação dos três.
Cantillo, protegido e precisando apenas preencher espaço na cabeça da área teve um dos seus grandes jogos pelo Corinthians. Praticamente não errou passes (2 em 56) e fez com que as saídas corinthianas fossem precisas. Gabriel e Roni recuperaram muitas bolas na pressão e o América não conseguiu acertar o gol de Cássio por quase 70 minutos.
Ao todo, o trio foi responsável por oito desarmes, cinco interceptações e dois chutes travados, números que denotam boa proteção defensiva. Tudo isso ainda se somou a outra boa atuação de João Victor, estreando em alto estilo sob o comando de Sylvinho.
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Com a parte defensiva acertada, Sylvinho viu o Corinthians criar cinco bons lances pela direita. Em dois deles, a finalização veio um pouco sem ângulo, partindo de Fagner e Mosquito. Em outro, Mosquito cruzou e, se Luan não tentasse dominar, Gabriel entraria livre para finalizar quase na pequena área.
As outras duas foram quase em sequência. Em uma rara incursão pelo meio, Fagner achou Mosquito no comando do ataque e o jogador caiu pedindo pênalti. Após checagem, o juiz mandou seguir para, segundos depois, ver Mosquito, no um contra um, ser derrubado sem dúvidas pelo lateral. Dessa vez, Fábio Santos mostrou que é realmente automático dali, abrindo o placar.
O cenário se repetiu até mais ou menos 25 minutos do segundo tempo, quando Roni e Gabriel não conseguiram mais manter o ritmo de marcação. O primeiro que, auxiliava na pressão dos zagueiros adversários e tinha de voltar para recompor, saiu para a entrada de Ramiro, que assegurou mais dez minutos de tranquilidade ao Timão.
O problema foi quando, na reta final, Gabriel já não conseguia sair à caça e ocupar espaço na volta, sendo trocado de função com Cantillo. O colombiano, exposto a essa necessidade, como sempre, não conseguiu cumpri-la. Para piorar, Ramiro entrou fazendo a função de Roni, mas, como a marcação era no meio-campo defensivo, não conseguia voltar a tempo de ocupar o espaço às suas costas.
Sem esse ajuste, o América-MG criou dois lances de perigo e podia ter empatado com Ribamar. Para sorte corinthiana, o centroavante estava um pouco impedido pelo chão e parou em Cássio pelo alto. Ou seja, por 85 minutos o Corinthians foi o que Sylvinho queria, mas faltou ajuste para segurar a parte final. O resultado, porém, veio.