O Corinthians fez mais um acordo na Justiça. O favorecido da vez é o ex-zagueiro William, que atuou 161 jogos, disputou sete campeonatos e conquistou três títulos entre 2008 e 2010. A reportagem do Meu Timão teve acesso aos termos do acordo, homologado pelo juiza Andrea Nunes Tibilletti, da 72ª Vara Cível.

O Corinthians se comprometeu a pagar o valor de R$ 1.800.000,00 em 24 parcelas iguais, mensais e sucessivas de R$ 75 mil corrigidas pela taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A primeira deverá ser quitada pelo clube no dia 7 de outubro de 2021 e a última no dia 7 de outubro de 2023 - veja detalhes da ação abaixo.

Ficou estabelecido ainda que, em caso de atraso de qualquer parcela por um prazo superior a três dias, haverá incidência de multa de 50% sobre a parcela.

Além disso, se o Corinthians deixar de pagar duas parcelas consecutivas, haverá o vencimento antecipado de todas as parcelas subsequentes e uma multa de 50% sobre o saldo total devido.

A decisão de fazer um acordo na Justiça se deu após inúmeras tentativas de bloqueio nas contas do clube. Apenas nos últimos meses, ao menos cinco bloqueios foram realizados, porém, com valores que eram irrisórios diante do montante da dívida.

Em tempo: a Justiça chegou a bloquear o valor integral da dívida com o William quase simultaneamente ao acordo estabelecido entre as partes para quitação em 24 parcelas. O jurídico do Corinthians, então, solicitou que o valor fosse devolvido às contas do clube e a juíza acatou, mantendo o parcelamento.

Entenda o processo

William abriu o processo contra o Corinthians em 2014. Após alguns anos, o ex-zagueiro teve julgado procedente seu pedido referente ao Direito de Arena, que é um percentual dos valor das cotas de TV que precisa ser repassado aos atletas. Na época que atuou pelo Clube, a lei garantia 20% dessa receita, mas os clubes nunca aceitaram esse percentual e repassavam apenas 5%.

O pedido do ex-jogador teve como base os sete campeonatos disputados pelo Corinthians: Paulistas de 2009, 2010 e 2011, Brasileiros de 2009 e 2011 e Libertadores das Américas de 2010 e 2011, além de alguns reflexos trabalhistas.

Na época que ganhou a ação, ao GE, o ex-zagueiro comentou a abertura do processo contra o Corinthians.

"Nunca quis nada em toda minha vida que não fosse meu de direito. Entendi que no caso do direito de Arena a lei constitucional era clara quanto a 20% enquanto o jurídico do clube entendia que 5%, do acordo feito com um Sindicato, deveria prevalecer. A última coisa que gostaria era ter que recorrer à Justiça para uma definição de qual lado estava correto. Como a divergência permaneceu não me restou outra saída e, após 10 anos aguardando, a Justiça entendeu que eu tenho esse direito baseado na Constituição", justificou William, à época.

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