Conheça os principais obstáculos enfrentados pelo Corinthians na busca por um técnico português
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians busca um treinador estrangeiro, com ênfase na escola portuguesa. Jorge Jesus foi o primeiro que interessou. Na sequência, foram sondados (procurados formal ou informalmente) Paulo Fonseca e Vitor Pereira. Isso sem falar em outros sugeridos e oferecidos, como Bruno Lage.
Quase uma semana depois, muitas conversas, alguns avanços, recuos, mas nada de concreto. A reportagem do Meu Timão conversou com pessoas próximas a Duilio Monteiro Alves, que garantiram o empenho do presidente na empreitada. E por que ainda não deu certo?
Por alguns motivos. Os relatos ouvidos pelo Meu Timão foram, basicamente, de quatro obstáculos na busca de um treinador estrangeiro. A seguir:
- Cotação do euro - A cada discussão financeira e/ou pedido salarial, a diretoria multiplicava em suas contas a grana por seis. O euro, moeda necessária para pagar os portugueses, fechou nesta terça-feira em R$ 6,01. Um salário, por exemplo, de € 400 mil por mês para uma comissão técnica se transformaria em R$ 2,4 milhões/mês;
- Cláusulas penais - Os treinadores portugueses costumam colocar cláusulas penais altíssimas em caso de rescisão antecipada. Normalmente a multa é a quitação de todo o valor que o profissional tem a receber até o fim do vínculo. Se o profissional for contratado por dois anos (24 meses) e acabar demitido após seis meses, por exemplo, o Corinthians teria de pagar 18 meses de salário mesmo sem a presença do profissional no clube. Jorge Jesus, por exemplo, receberá seus salários até o fim do contrato com o Benfica (no fim de maio) mesmos sendo demitido em dezembro;
- Profissionais na cola - Um técnico europeu, sobretudo os portugueses, não vem sozinho. Ele sempre traz um estafe consigo. Alguns deles impondo a presença de até sete profissionais ao seu lado. Além de aumentar o valor a ser gasto com o treinador, a chegada de tantos profissionais ainda poderia acarretar em demissões do atual grupo de trabalho no CT com a quitação de seus respectivos direitos trabalhistas;
- Concorrência - O Corinthians também enfrenta dificuldade de contratar seus alvos portugueses pela concorrência de clubes europeus e até dos Emirados Árabes Unidos, que pagam valores bem mais substanciais que as agremiações sul-americanas. A "letra" foi dada por Kia Joorabchian, empresário de Vitor Pereira, em entrevista ao GE. "Hoje não é fácil. O mundo inteiro está com falta de treinadores, precisamos da próxima geração para crescer, nada a ver com o Brasil. É um problema geral", disse o ex-comandante da MSI, antiga parceira do clube na década de 2000.
Duilio Monteiro Alves enfrenta esses obstáculos, mas ainda não desistiu de conseguir um treinador estrangeiro para o Corinthians. A busca por um brasileiro se dará apenas se todos os portugueses buscados - sobretudo os principais nomes - não resultarem em acordo fechado. Como mostrado pelo portal Meu Timão, Odair Hellmann é um dos poucos brasileiros que não são descartados internamente.
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