Análise: Corinthians vacila de novo e cava o próprio buraco, mas tem notícias boas
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians entrou em campo para encarar um time pior tecnicamente, mas que joga há mais tempo junto e tinha a torcida a seu favor. O que não fazer era óbvio: travar o jogo nos primeiros minutos, deixar o clima acalmar - até pela forte chuva que caía no Morumbi - e reter a posse como é a vocação desse time.
Pois bem, também por méritos da concentração do São Paulo, o placar já apontava 1 a 0 para o adversário aos 50 segundos de bola rolando. Era tudo o Corinthians não queria ter de encarar para vencer a partida. Talvez, porém, era uma situação necessária para a equipe evoluir, ainda que recorrente.
O cenário foi praticamente o mesmo do embate do Brasileiro do ano passado, mas com uma atuação melhor por parte do Corinthians. Paulinho, pouco depois, acertou a trave em bom cruzamento de Fagner pela direita. Na sequência, novo bom lance do camisa 15 terminou em finalização de Lucas Piton, defendida por Tiago Volpi.
O São Paulo se assustou com a dificuldade para marcar e o Corinthians parecia perto de marcar o gol durante todo o primeiro tempo, principalmente na boa movimentação de Willian. O camisa 10 foi o melhor em campo pelo Corinthians - e entre todos os 31 atletas utilizados, na opinião deste que vos fala.
Sem transformar o volume (66% de posse, 300 passes, quatro escanteios) em muitas finalizações (8 a 7 para o Timão no primeiro tempo), o Timão deu a chance para Rogério Ceni ajeitar a sua marcação no intervalo.
O segundo tempo não mostrou um Corinthians tão perto do gol mais, com Gil livre para jogar e sem a qualidade necessária para achar os companheiros. Róger Guedes, mesmo mal em campo, atuou por 90 minutos quase que num voto de confiança do treinador. Renato Augusto, com marcação individual, sofreu para produzir.
Vítor Pereira não foi passivo. Fez três alterações ao mesmo tempo, com Cantillo, Jô e Bruno Melo. Depois, surpreendeu ao colocar Gustavo Mosquito para atuar como um ponta na vaga de Fagner, tentando uma linha de três zagueiros atrás.
Essa mudança, apesar de marcante, foi ruim. O Corinthians ficou bagunçado na defesa e tornou-se alvo fácil para os contra-ataques do São Paulo. Tivesse o adversário um pouco mais de qualidade, o placar poderia ter sido até pior. Pereira, porém, tentou.
Os jogos restantes do Paulista servirão para isso. Encontrar diferentes cenários, achar variações e buscar soluções inesperadas dentro do elenco. Vitórias, no entanto, também têm que fazer parte dessa evolução.