Análise: Corinthians sobra com os feras e passa quase ileso ao rodar os jovens
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Por Tomás Rosolino
O Corinthians, na concepção ideal do elenco montado para a temporada, tem os mais experientes para decidir os jogos e os mais jovens para se entregar em campo, dando um descanso maior aos feras do elenco. Foi exatamente isso que aconteceu na tarde deste domingo, na vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo, no Nilton Santos.
Um primeiro tempo praticamente perfeito em que o Corinthians fez 3 a 0 com grande atuação de Willian e Paulinho - duas assistências para o primeiro e um gol para o segundo - deu a Vítor Pereira a folga no placar para terminar o jogo com um time apto a disputar o futebol nos Jogos Olímpicos em termos de idade.
Para o embate, o comandante preferiu um time mais seguro no meio-campo com dois volantes dando a Paulinho a possibilidade de chegar como elemento surpresa no ataque, sem precisar bater e voltar, deixando o espaço que vinha aparecendo na frente da área alvinegra nos últimos jogos.
Dessa forma, o Timão soube se aproveitar de um empolgado, porém desentrosado Botafogo. Willian armou o time pela esquerda e ganhou incontáveis duelos contra Saravia, tanto ofensivos quanto defensivos. Mantuan também serviu como escape pela direita e, animicamente, o time sobrou diante de um nervoso time da casa.
Willian deu um passe de trivela para Paulinho e outro na medida para Piton, deixando ambos em perfeitas condições para fazerem seus respectivos gols. Podia ter deixado o seu e dado outras assistências se contasse com uma tarde melhor de Róger Guedes.
O time ainda mostrou perigo na bola parada ofensiva, algo que normalmente acontece quando Raul Gustavo joga. No lance do gol, porém, dois toques de cabeça (João Victor e Guedes) premiaram Mantuan embaixo da trave.
Como nem tudo pode ser flores em um momento tão conturbado, o Corinthians quase viu escapar a tranquilidade no segundo tempo. Pereira tirou Willian e Paulinho, colocou Adson e Roni e deixou a primeira versão de um Corinthians quase olímpico em campo - sete jogadores tinham menos de 23 anos.
Sem medo da pressão que se avizinhava, já que a posse de bola parou de ser efetiva e o estádio aumentou o volume, o comandante terminou de qualificar o time para uma hipotética disputa olímpica tirando Róger Guedes para a estreia de Giovane. Eram oito Sub-23 em campo, com Cássio, João Pedro e Maycon sendo os únicos a extrapolar a idade.
O Botafogo pressionou, o bom Matheus Nascimento deu trabalho para a defesa e Roni, que entrou mal, cometeu pênalti infantil. Gol adversário e momento de tensão, prontamente respondido com mais experiência na entrada de Giuliano para o lugar de Maycon.
O meia fez a equipe reter mais a posse e deixou o Timão com capacidade de machucar o adversário. Adson, Giovane, Roni e o próprio Giuliano perderam chances boas de fazer o quarto. João e Raul, que se atrapalharam em uma sequência, ganharam mais tranquilidade para encerrar a partida.
Sob o ponto de vista do treinador alvinegro, experimento bem sucedido: controlou a minutagem dos mais experientes, deu rodagem a vários jovens e fez os atletas experimentarem uma atmosfera que não se tem na base. Apesar do gol, o 3 a 1 assegurou pontos importantíssimos nesse experimento.