Análise: Corinthians trouxe de volta seu Elias de 18 anos e hoje ele é gente grande
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Por Tomás Rosolino
Maycon e Adson comemoram o gol do Corinthians contra o Boca, o primeiro do volante
Danilo Fernandes / Meu Timão
"Nós encontramos um garoto de 18 anos que joga, que faz Elias. O Maycon". Foi assim que Tite definiu o hoje homem que usou a camisa 5 do Corinthians na noite desta terça-feira, na Neo Química Arena, com uma performance digna para colocá-lo do lado dos grandes segundos volantes que caracterizaram o século alvinegro.
A atuação de gala de Maycon, autor dos dois gols do Corinthians contra o Boca na vitória por 2 a 0, essencial para a vida corinthiana na Libertadores da América, marca o retorno de um jogador do nível desses grandes nomes que no clube estiveram desde 2001. De Vampeta a Paulinho, esse "elenco" agora tem o canhotinho formado no Terrão.
Além do grande desempenho técnico e tático, Maycon conseguiu pela primeira vez atuar por 90 minutos desde que voltou ao Corinthians, algo fundamental para a equipe ter o desempenho que sonha com Vítor Pereira. Ele melhora a performance de Du e deixa o meia, seja Renato ou Paulinho, solto para correr mais para frente do que para trás.
O primeiro gol sai em jogada digna das infiltrações de Elias e Paulinho e o segundo é mérito de um jogador que estava inteiro para correr todo o gramado já aos 80 minutos e fuzilar uma bola quicando na sua frente.
Maycon à parte, há de se ressaltar a diferença que Fagner segue fazendo no Corinthians. Não consigo pensar em outra equipe do futebol mundial que dependa tanto do seu lateral para atuar em alto nível - talvez o Liverpool com Alexander-Arnold, sem comparar a capacidade de cada um, claro.
Pode se criticar o excesso de nervosismo do time, mas não daria para esperar muito de um trio (João, Raul e Du) que tem média de 22,3 anos de idade. Eles estão crescendo e, como disse Vítor Pereira, o Corinthians vai correr riscos nesse período. Quem pode minimizá-los? A força de um grupo que busca saber o que quer dentro de campo.
VP poupou contra Portuguesa, do Rio de Janeiro, e foi dominado pelo Palmeiras, ainda que com o time gripado. Após o triunfo, no entanto, tem chance de terminar a semana na liderança tanto do seu grupo na Libertadores quanto do Brasileiro. É hora de aproveitá-la.
