Atletas do Corinthians falam sobre premiação do Brasileirão Feminino e pedem valorização
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Por Meu Timão
No próximo sábado, o Corinthians encara o Internacional, às 14h, pelo jogo de volta do Campeonato Brasileiro Feminino. O Timão empatou o duelo de ida por 1 a 1, em Porto Alegre. Mais do que o troféu, o título vale uma premiação de R$290 mil à equipe campeã.
O valor pago ao time campeão do Brasileirão Feminino aumentou do ano passado para este - na última temporada, o Corinthians arrecadou R$180 mil. Entretanto, o valor ainda é muito menor que o oferecido ao time que conquista o campeonato masculino, cerca de R$33 milhões. Gabi Zanotti reiterou a importância da valorização do prêmio da competição nacional.
“Em um momento que falamos tanto de igualdade, nada mais justo a gente buscar valores que hoje vão fazer diferença nas vidas de muita gente. Não sei quem vai ser o campeão, ano passado falei que não saberia quem iria estar na final do Brasileirão deste ano, mas são valores que vão fazer diferença na vida de muitas atletas dentro do grupo. Isso estou falando de Corinthians, fazer diferença na vida das jogadoras do Corinthians. Você imagina um time com menos expressão o quanto esse valor faria de diferença na vida dessas meninas? Então assim, estamos falando de Corinthians, um time que uma premiação hoje vai fazer diferença na vida de muita gente do grupo”, disse a camisa 10 do Timão em entrevista ao programa Donos da Bola, da TV Bandeirantes.
“Quando digo em igualdade de premiação, não digo o mesmo valor da premiação do masculino, mas um valor que seja respeitoso com a modalidade. Entendemos que se vende muito mais bilheteria e produtos no futebol masculino. Estou falando de respeito com a modalidade”, completou a jogadora do Corinthians.
Nesta temporada, o Campeonato Paulista Feminino também aumentou sua premiação. Atualmente, o clube que ficar com o título vai receber R$1 milhão. O valor é 1757% maior que o ano passado, quando o campeão recebia R$140 mil. Gabi Portilho também falou sobre a valorização do futebol feminino e disse que mudaria a realidade das jogadoras.
“Hoje, o objetivo da maioria das meninas é mudar a vida da família porque o futebol feminino é diferente do masculino, não tem comparação, a gente tem que batalhar todos os dias. Falando de Corinthians agora, o teto salarial ainda deu uma melhorada, que antigamente era mil reais. Eu já saí de casa para ganhar 200 reais para ajudar a família. Então com o valor dessas premiações, seja nós, o Internacional ou qualquer time que não tenha a estrutura que o Corinthians proporciona, mudaria a vida de muita gente, de muitas famílias”, falou a atleta corinthiana.
Pergunta sobre premiação individual concedida pelo Corinthians, Gabi Zanotti revelou que brincou com Duilio Monteiro Alves, mas negou que tenha qualquer tipo de valor pela vitória. A jogadora contou que fora do Brasil a prática é mais comum e que espera que isso mude no futebol nacional.
“Até no Dérbi da semifinal brinquei com o Duílio falando: 'hoje vai ter envelope no vestiário' (risos). A gente está acostumada com isso (não receber premiação individual), nunca teve e aqui no Brasil isso não é uma tradição no futebol feminino. Na China era comum ganhar premiação e bônus. Mas acho que é algo que pode mudar daqui pra frente, é esperar”, finalizou a atleta corinthiana.