Técnico do Corinthians revela ameaças a jogadoras após protesto contra Cuca e explica entrevista
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Por Meu Timão
Antes da partida contra o Cruzeiro na manhã deste sábado, o técnico Arthur Elias voltou a se manifestar sobre o protesto realizado pelas jogadoras contra a contratação do técnico Cuca pelo time profissional masculino do Corinthians. Antes, havia o feito na segunda-feira, no jogo contra o Internacional.
O treinador contou que as jogadoras têm sofrido ameaças dentro e fora das redes sociais por conta do posicionamento, além de ter criado um clima tenso dentro do clube. Ainda assim, fez questão de reafirmar que está ao lado de suas jogadoras.
"Quero explicar mais minha entrevista no último jogo. Foram dias conturbados. Importante me manifestar. Foi uma declaração com a intenção de amenizar um pouco as consequências negativas que nosso grupo estava sofrendo. Atletas xingadas nas redes sociais e nas ruas, sendo ameaçadas", revelou.
"Temos que deixar claro que foi um posicionamento feito por todas e apoiado por mim. A referência era pela luta dos direitos e contra qualquer violência contra a mulher. Isso foi feito. Esses efeitos negativos são bastante injustos. Eu respeito muito toda a história do futebol feminino", concluiu em entrevista ao SporTV.
O protesto em questão ocorreu no dia 23 de abril, durante a estreia de Cuca como técnico do Corinthians. No 87º minuto da partida - remetendo a 1987, ano que Cuca teria realizado o abuso sexual na Suíça - todas as jogadoras fizeram uma postagem falando sobre o slogan "Respeita as Minas" e a luta por direitos.
O feito repercutiu dentro da torcida corinthiana com alguns apoiando e outros reprovando o feito. Inclusive, Adilson Monteiro Alves, pai do atual presidente do Timão, foi um dos que apareceram para enaltecer o feito das jogadoras. Em contrapartida, o técnico Arthur Elias revelou que dentro do clube tiveram pessoas que não gostaram e, por isso, ele teme que o futebol feminino perca força no Corinthians.
"É injusto que a gente perca força com nosso torcedor e perca força internamente dentro no nosso clube. É uma responsabilidade minha, como treinador, da imprensa, de olhar como tudo deve ser olhado. Eu tenho certeza que com esse projeto a gente impacta na próxima geração. A gente tem uma chance de transformar um futebol que sempre foi machista. Contribuímos muito. É um novo mercado", iniciou.
"Precisamos entender que esse esforço não pode ser perdido, precisa ser aumentado. Foi feito com dedicação de muitas pessoas, com apoio do Duilio, do Andrés e outros presidentes. Duilio sempre teve muito carinho e respeito pelas nossas atletas. O tempo vai colocar as coisas em ordem, como tem que ser, e vamos seguir sendo um projeto muito forte", seguiu.
"Eu vou estar sempre junto das minhas jogadoras, das minhas atletas, para lutar pelo que elas merecem, pelo que o futebol feminino merece. Que é voz e respeito", encerrou.
Após as postagens, nenhuma jogadora se posicionou ou relatou ameaças. No entanto, algumas desativaram os comentários em suas publicações nas redes sociais e outras chegaram até a desativar seus perfil pessoais.
Enquanto isso, o Corinthians dá sequência à temporada no futebol feminino. As Brabas estão em campo neste exato momento jogando contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão da categoria.
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