Corinthians e times da Libra encaminham venda de direitos para emissora; veja detalhes
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Por Meu Timão
A novela da criação de uma liga única para organizar os times das séries A e B do Campeonato Brasileiro ganhou mais um capítulo importante. O Corinthians e os demais times que compõe a Libra optaram por continuar as negociações de seus direitos de transmissão com a Rede Globo e se distanciaram da unificação com os outros blocos que participam da decisão, o Forte Futebol e o Grupo União.
Vale ressaltar que, em dezembro de 2023, as negociações com a Rede Globo para a compra dos direitos de transmissão dos times formados pela Libra já haviam avançado.
Segundo informação divulgada originalmente pelo ge.globo, os clubes da Libra se reuniram na última quarta-feira para discutir as propostas para a cessão de seus direitos de transmissão. O encontro foi conduzido por Silvio Matos, publicitário da Codajas, principal responsável pelas negociações com mídias e investidores e representante da Libra.
Durante a reunião, os dirigentes das equipes foram apresentados a três propostas. Uma delas, já conhecida, era para dar andamento às negociações com a Globo. A rede de televisão ofertou R$ 1,3 bilhões, valor composto por R$ 1,1 bilhão fixos pelos direitos de televisão aberta e fechada e mais R$ 200 milhões em mínimo garantido pelo pay-per view. Vale ressaltar, porém, que este dinheiro seria dividido apenas entre times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro que integram a Libra.
A segunda proposta vinha da Mubadala, fundo de investimentos dos Emirados dos Árabes, que tinha a intenção de criar uma agência responsável pelas negociações de direitos de transmissão das equipes. Neste caso, os investidores garantiriam o valor mínimo de R$ 1,4 bilhão caso houvessem nove grupos do bloco na Série A.
A última dizia respeito a unificação dos blocos envolvidos na criação da liga. Ou seja, unir a Libra ao Forte Futebol e ao Grupo União. Caso esta fosse a opção escolhida, porém, as negociações pela venda dos direitos de transmissão teriam que ser reiniciadas, já que então haveria a participação de todos os 40 times das Séries A e B do Brasileirão.
Neste ponto, as divergências entre os blocos começaram. Os times da Libra entendiam que, como já tinham em mãos uma oferta de R$ 1,3 bilhão da Rede Globo, a unificação só seria benéfica caso houvesse uma garantia deste mesmo valor a ser repassado para eles.
Assim, os investidores do Forte Futebol e do Grupo União, coordenados pela Life Capital Partners (LCP), apresentaram uma contrapoposta. O valor de R$ 1,3 bilhão em receita seria garantido aos times da Libra, porém eles receberiam 30% do faturamento que superasse R$ 1,5 bilhão. Além disso, gostariam de nomear a empresa que faria as negociações pela cessão dos direitos. A escolha neste caso seria a Livemode, parceira do Forte Futebol desde o início do processo.
Entretanto, a possibilidade de ceder percentuais a terceiros não agradou os dirigentes da Libra. Presidentes de clubes como Palmeiras, São Paulo e Red Bull Bragantino se opuseram às propostas do fundo de investimentos do Emirados dos Árabes e da LCP, e os demais clubes, incluindo o Corinthians, concordaram com a determinação.
Desta forma, a Libra deu aval para o prosseguimento das conversas com a Rede Globo. As negociações, porém, ainda não terminaram. Agora, novas reuniões entre dirigentes e executivos da emissora para que a versão final do contrato seja escrita, dando atenção minuciosa aos detalhes do acordo.
Com o possível acordo da Libra pelos direitos de transmissão, a previsão é de que o Corinthians embolse cerca de R$ 300 milhões, sendo um dos grandes beneficiados do tratado.
Atualmente os direitos de transmissão da Libra são mais caros do que os demais. Além do Corinthians, o grupo conta com equipes como Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Grêmio, Red Bull Bragantino, Vitória e também times da Série B.