O mistério que pode incriminar Emerson Sheik nos crimes de contrabando e lavagem de dinheiro continua. Com documentos apresentados à Procuradoria da República, a concessionária Orla Rio ? dona de 309 quiosques na orla carioca ? provou que comprou legalmente, na revendedora Euro Imported Car, um BMW, modelo X6, ano 2010/2011, na cor branca.

Mas ninguém ainda explicou como é que, pelos documentos enviados por autoridades americanas à Receita Federal, o auto que saiu daquele país endereçado a Márcio Passos Albuquerque, o atacante Emerson Sheik do Corinthians, acabou emplacado em nome da Orla Rio. O jogador, por sua vez, garante que comprou apenas um carro BMW, cor, modelo e ano idênticos, mas com chassi diferente. Para as autoridades, dois carros saíram dos EUA encomendados por ele.

Nas explicações da concessionária dos quiosques, o carro foi pago à loja de Haylton Escafura, filho do bicheiro José Caruzo Scafura, o Piruinha, suspeito de importar carros usados, o que é ilegal. A Orla Rio diz que submeteu o carro a uma revendedora autorizada ? a BMW Autokaft ? e técnico Igor Caetano atestou um hodômetro com apenas 337 KM.

Emerson afirma que jamais negociou com a Euro Imported Car e que fez sua compra através do amigo Marcelo Caetano, revendedor de automóveis na Tijuca. Ele o revendeu, um mês depois, a Rodrigo de Oliveira Bittencourt, o Diguinho do Fluminense, que fez o primeiro registro no Detran. Os dois carros foram apreendidos pela Polícia Federal e auditores da receita Federal no início de outubro na Operação Black Ops.

Nas explicações à Procuradoria da República, a Orla Rio disse que pagou mais de R$ 300 mil, mas admitiu que a nota fiscal veio com valor inferior. Ela garante ter cobrado uma nova nota, sem tê-la recebido. Em nota, a concessionária anuncia que ?procurará a reparação pela lesão ao seu exclusivo direito de consumidora, e buscará a reparação aos danos materiais e morais sofridos?.

Fonte: Lancenet