Deco 20
A leitura é essa mesmo.
E fecha com minha principal crítica. Nos faltam jogadores inteligentes e decisivos.
em Bate-Papo da Torcida > Porque não está funcionando
Em resposta ao tópico:
O conceito de jogo do TN é extremamente estratégico, praticamente maquiavélico.
Guarde a palavra 'bloco'.
A defesa fica muito exposta? Fica. Daqui a pouco explico o porquê.
Porém, o time só irá perder o jogo em 1 condição. E vocês já observaram isso, porém a maioria não deve ter percebido a razão.
Condição - excesso de desperdícios de oportunidades de gol ou falta de criação de oportunidades de gol + tomar gol(s) de bobeira.
O estilo de jogo é amassar o outro time o máximo de tempo possível, com todo o time no ataque, levar o time compactado junto, movimentar o time como se fosse um bloco de peças fixas, onde avançam todos em mesma proporção. É um modelo moderno e extremamente eficiente SE executado com maestria.
O time só será capaz de executar ese modelo com maestria através de muito treino, muita repetição, porque os jogadores precisarão mudar determinados comportamentos, como o 'vou resolver sozinho', que desperdiça muitas boas oportunidades de gol. Era a grande característica do mítico Clayson, inclusive. Seu Janderson, seu Everaldo, seu Love, seu Vital ainda tem bastante disso. E isso atrapalha o time. Porque nesse modelo de estratégia, não pode haver ego. Estão todos no mesmo barco. O gol não é do jogador X ou Y, é do bloco. Lembra? Todos avançam numa mesma proporção.
Para o time 'jogar por música', é preciso eliminar os egos. F#da-se quem vai anotar o gol. Não importa se vários terão poucos gols ou se o Boselli vai ter 250 gols na temporada. Se ele tiver, quem ganhou foi o time, o Corinthians, não o Boselli.
O time precisa finalizar mais do que finalizava o ano passado? Com absoluta certeza. Mas não pode ser finalizar por finalizar, precisa finalizar com inteligência. E é exatamente esta palavra que nos fez perder e empatar jogos que poderíamos ter ganhado.
Faltou inteligência.
O time é para ser um bloco, que vai e volta junto. Obviamente o cansaço comprometerá em algum momento um ou outro jogador. Entretanto, se bem executada a formação de bloco, o cansaço chegará mais lentamente. Porém, a falta de inteligência do bloco, possivelmente por falta de entrosamento, falta de exaustivas repetições, exaustivas orientações, fez com que a inteligência, ou a falta dela, comprometesse nossos resultados.
Reparem bem, a maioria dos jogos o time amassou o adversário, com certas limitações de nosso lado sim, tudo bem, mas fizemos jogos muito mais consistentes que os adversários, mesmo perdendo o jogo.
Mas... O que nos fez perder?
Passes errados que deixaram a defesa aberta, faltas 'bobas' como a do Fagner ou a do Amarilla (o Gil nem encostou no adversário), jogadas aéreas de bola parada que não soubemos afastar adequadamente e também tivemos um pouco de azar..
O modelo de bloco só será extremamente eficiente se o bloco concluir a jogada 'para um fim de linha'. Onde fim de linha seria: gol, linha de fundo, lateral ou falta. Por que isso?
Porque, com a bola obrigatoriamente parada por um destes motivos acima, o bloco inteiro se recompõe e deixa de expor a zaga, reduzindo absurdamente os riscos de tomar gol. Se a bola é perdida por erro de passe, principalmente entre zagueiros ou volantes, a defesa está exposta e é um 'Deus nos acuda', que nos fez tomar gols bobos com o outro time finalizando somente aquela vez no jogo praticamente.
O Athletico só teve TANTO êxito com o TN por causa de uma única coisa: o bloco jogava por música. E para um bloco jogar por música é necessário muita obediência tática e ZERO ego. O gol não é do jogador X ou Y, é do bloco. Mais vale deixar o companheiro concluir sem goleiro do que tentar chutar com goleiro e zagueiro fechando o ângulo. É preciso sempre buscar a melhor posição para a melhor conclusão. E o Athletico teve isso em praticamente todos os jogos.
Não estamos tão longe de nosso time ser um bloco que joga por música. Falta reduzir o ego de alguns, fazer o time todo (incluindo reservas) entender que estão TODOS no mesmo barco e o time todo ganha quando fazemos mais gols que o adversário, e repetir muito, treinar muito, para ficar natural a obediência tática.
O Corinthians pode não ter um elenco incrível, mas pode sim se tornar um bloco extremamente eficiente e que joga por música, como a Alemanha dos 7x1, que nos provou que a obediência tática, e exaustão nas repetições e jogar para o time, sem ego, podem fazer qualquer elenco que esteja do outro lado passar vergonha.
A nós cabe cobrar apenas a concentração e a doação dos jogadores que temos, mesmo aqueles que não gostamos, afinal, é isso que temos pra hoje. Ramirinho, por exemplo, ano passado muito criticado, esse ano dando show.
Nosso time pode jogar por música, e nós podemos escolher apoiá-lo para que isto ocorra ou ficar de mimimi e críticas que só vão gerar murmurinho da imprensa e situações de desconforto no elenco. Que caminho você prefere?
Ah, e só para lembrar os menos atentos, para o bloco jogar por música, com maestria, o nome do maestro é Tiago Nunes.
Espero que esse textão tenha sido bacana para você que teve paciência e coragem de ler até aqui.
Vai Corinthians!