Rafael Morais
Suas premissas são válidas, mas há casos nos quais a contratação em si já é equivocada.
Em clubes bem estruturados o trabalho de adaptação do atleta tem início já no processo de seleção. As características do jogador casam com o esquema que será adotado pelo time? O histórico do atleta demonstra que ele tem capacidade de produzir por um longo período (é muito suscetível à lesões)? O atleta é capaz de render e auxiliar na formação adequada de eventuais companheiros oriundos da base? Respostas afirmativas a esse tipo de questionamento já atestam que são altas as possibilidades do profissional em questão conseguir apresentar utilidade para o contratante, já encurtando o período necessário de adaptação.
A contratação do Luan teve esse tipo de análise, ou será que foi um capricho do sujeito que chamaram para apagar o incêndio da temporada anterior (Thiago Nunes), que também era uma aposta do clube?
em Bate-Papo da Torcida > A não insistência em Luan
Em resposta ao tópico:
Bom dia, Fiel.
Gostaria de falar um pouco sobre o Luan e a forma como o Brasil, especialmente o Corinthians, trata alguns jogadores.
Não é novidade pra ninguém que, mesmo sendo dois grandes clubes do futebol brasileiro, jogar no Grêmio é muito diferente de jogar no Corinthians. A nossa torcida é muito maior, o clube está situado na maior e mais importante cidade do país e raça é o que mais exigimos de qualquer um que vista a nossa camisa. Esses dois fatores contribuem para que a pressão, do lado de cá, seja muito maior. Há jogadores que facilmente se adaptam, há aqueles que precisam de um tempo a mais, e há aqueles que, fatalmente, nunca vão conseguir. É a vida, as pessoas são diferentes umas das outras.
Fora isso, há também algumas outras questões. Ao sair de um time com um modelo de jogo e ir para outro que joga de forma diferente, o jogador vai precisar de tempo para entender alguns conceitos. Ainda, o jogador pode simplesmente passar por uma má fase. Coisa que acontece com todos os jogadores. Tem má fase que dura 1 mês, tem má fase que dura 1 ano. É difícil prever.
A grande questão é que todos esses pontos têm uma característica em comum: exigem tempo. Tempo de jogo, tempo de clube. O Brasil está se especializando em queimar atletas com muito pouco tempo de análise. O Luan está no Corinthians há um ano, e faz alguns bons meses que não é titular, jogando apenas cerca de 20 minutos em um jogo (quando joga). Como que esse jogador vai se adaptar? Como que esse jogador vai se reencontrar?
Me lembro do Danilo. Quantos não exigiram a saída do meia com apenas 6 meses de clube? E o Rodriguinho? Saiu, foi xingado, voltou... Nós não tivemos paciência com o Éverton Ribeiro, com o Willian Arão.
Fato é que o Luan precisa jogar. Ele precisa ter mais tempo em jogo. E ele precisa jogar com um time consideravelmente melhor do que aquele do primeiro semestre. Tem um lateral esquerdo melhor, tem um excelente meia do seu lado auxiliando na criação das jogadas, tem um ponta direita em boa fase... O Everaldo não pode ter jogado mais do que ele. Não tem lógica.
Foi investido muito dinheiro nele. Agora, precisamos investir tempo!
Vai Corinthians!
