Carlos Cruz
O Corinthians, que ostenta o título de Time do Povo, foi criado por operários. A ideia é que o time seria do povo e o povo iria fazer o time e o início da história corinthiana é permeado pelas realizações e conquistas que o clube foi construindo por meio do esforço conjunto de seus associados. Hoje, este Corinthians do povo não existe e esta é a razão para a bagunça política e, por consequência, esportiva que o clube vive.
A verdade é que hoje o Corinthians é um clube de recreação dos seus associados. E serve como espaço de convívio e que oferece a prática esportiva em diversas modalidades para seus associados. Vimos o Andrés falar recentemente sobre o que poderia ser o motivo fatal para seu impeachment: a contratação de um filho de conselheiro para o sub-23 do time.
A base é isso, um lugar para filhos de conselheiros e jogadores de empresários e conselheiros jogarem e renderem boas vendas (também para eles). Se neste processo o clube revelar algum bom jogador (faz isso bem pouco comparado a outros times como Santos, São Paulo, Fluminense, etc.) bom, mas parece não ser o objetivo. E o Corinthians nunca realizou uma venda realmente boa para o clube de um jogador da base, nos moldes de que Santos, São Paulo e Flamengo conseguiram nos últimos anos.
O estatuto do Corinthians é claro (
Enquanto o Corinthians continuar sendo o clube de convivência de uns poucos abastados que ficam brigando entre eles pelo poder, vamos continuar nesta situação lamentável esportivamente. Ninguém ali parece estar de fato preocupado em pôr ordem na casa.
O certo seria reformular o estatuto para garantir ao menos uma parcela de participação da torcida, das pessoas comuns, por meio do Fiel Torcedor para ter alguma representação no clube. Outra coisa que deveria ser feita é vender o Parque São Jorge (que serve para os abastados fazerem churrasco e ir jogar poker) e usar a grana para quitar a Neo Química Arena, mudando a sede do clube para o próprio estádio e focar no futebol. Acabar com essa história de clube de lazer de riquinho.
Creio que é essa aristocracia que mantém a maioria dos torcedores afastados do clube. Temos uma torcida de 30 milhões de pessoas segundo estimativas. Imagine se todas essas pessoas dessem R$ 10 reais por mês ao clube, um valor super acessível. Fizeram as contas? Seriam R$ 300 milhões mensais de arrecadação. O time do povo precisa ser do povo de verdade e não apenas no discurso. Precisamos de gente que se importe de verdade com a instituição e com os rumos esportivos que ela toma e que responda legalmente em caso de atos lesivos ao clube.
em Bate-Papo da Torcida > O Corinthians não é o Time do Povo e isto é a causa dos problemas...