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Post de Amilton César Ferreira no fórum "Análise dos jogos" do Meu Timão

Desculpe amigo, não vi o mesmo jogo que você, Corinthians teve a bola, o porco as oportunidades, era pra ser de 4 pelo menos, o portuga deu um nó tático no Mancini, a diferença técnica entre Palmeiras e Corinthians é brutal, Corinthians é um timeco, o melhor venceu é graças a são Jorge, perdemos de pouco, Corinthians se borrou todo diante do porco.

em Análise dos jogos > Análise tática Corinthians x Palmeiras – os detalhes realmente fazem...

Em resposta ao tópico:

Da última vez me perguntaram como eu consegui escrever sobre a goleada sofrida pelo Peñarol. Não é algo fácil de explicar... Particularmente, possuo uma forma muito específica de ver futebol. Procuro não ser afetado por qualquer emocionalismo, nada que impeça de ver o lógico. Naturalmente, tem vezes que fico muito irritado com alguns jogos – quando noto apatia e atitudes denegridores no meio do futebol. Como naquela vez em que eu “detonei” o Coelho em sua última partida: porque o que vi foi empáfia. Nada me incomoda mais do que a imoralidade.

Mas também há situações que eu não me incomodo pelo fato de perceber que uma determinada escalação ou um estilo de jogo é um erro – e fico sereno quando é concretizado. Na Copa de 2014, após a lesão de Neymar, Felipão mexeu em duas peças de tal maneira que afetou o time todo. Quando eu vi aquilo, eu disse: “espero que isso não aconteça, mas se o Felipão teimar com essa escalação, da forma como ele está armando o jogo, o Brasil vai tomar goleada!”. Nem preciso descrever os olhares brabos que me fuzilaram...mas infelizmente eu estava certo. Aliás, podem ter a certeza de que nem sempre eu gosto de estar certo. E não me incomodei com a derrota – me incomodei mesmo foi com o Felipão em si, as atitudes beligerantes dele.

Há tempos que venho asseverando a realidade elitista no Corinthians, coisa que foi mais do que evidenciado várias vezes por aqui. O que realmente me incomoda é ver esse tipo de coisa, algo que vem desde os tempos da última passagem do Carille pelo Corinthians. Contra o Peñarol, se o Corinthians tivesse perdido pra eles como perdeu de 5 a 0 contra o Flamengo – ou seja, dando o seu melhor apesar da força do adversário – eu ficaria contente... mas o que vi foi um time que aparentemente não se esforçou para jogar pra cima ao perceber que Raul Gustavo, João Victor, Matheus Donelli, Lucas Piton, Mateus Vital, Cauê, Felipe Augusto, Vitinho, Matheus Araújo, Varanda, Luan e até mesmo Ramiro e Camacho, entre outros que poderia citar, estavam jogando MUITO melhor do que o time até então considerado titular. Quando eu olhei a escalação, pensei que o pior poderia acontecer...e infelizmente eu estava certo. Novamente, fiquei sereno, sem me preocupar, porque futebol tem dessas coisas. O que procuro fazer, ao analisar futebol, é olhar o diferente e apontar o erro sem me vangloriar com isso e nem agir com demagogia e sensacionalismo, apenas ficando contente em espírito, porém com a pena afiada para mostrar o erro sem ser um Neto da vida. Aliás, é assim que deveria ser todo analista de futebol, comentarista, apresentador, profissional. Caso contrário, não passará de um mero palpiteiro com boa lábia.

Hoje eu não vi falta de vontade como foi contra o Peñarol, apatia como contra o River-PAR, desonestidade coletiva como fizeram com Gustavo Silva por muito tempo e com muitos outros, ou uma panelinha como visto na atitude dos medalhões por muito tempo – e ainda há. O que vi foi um time que brigou em campo, foi guerreiro e fez frente a um grande adversário, que mereceu a vitória por saber neutralizar nossos pontos fortes. E não é porque foi contra o rival: quem diz que o Corinthians só foi pra cima porque era o rival do outro lado desmerece as outras atuações, praticamente com a mesma equipe. Perdemos por pequenos detalhes, e me concentrarei nesses pequenos detalhes logo. Com olhos analíticos, vamos entender por que perdemos.

PRIMEIRO TEMPO

O início de jogo foi muito equilibrado no meio-campo. O Corinthians jogou num 3-4-1-2 alternando para um 3-6-1 para ganho de superioridade numérica e posicional pelos lados do campo perante o Palmeiras, que jogou num 3-5-2. O gol feito pelos rivais não foi falha de ninguém, foi total mérito do Palmeiras.

Então o Palmeiras, que normalmente “morde a bola” mesmo quando tá ganhando, recuou em uma linha de 5 e outra de 4. Várias vezes Mancini pedia calma. E teve calma: vários lances de lateral foram ganhos, Raul Gustavo participou bem em ataque; até Gabriel, com certa liberdade, deu uma paulada na trave. Mas infelizmente Jemerson, que estava jogando bem - até demais -, sentiu a posterior da coxa e quase tomamos dois gols perigosos devido a visível dificuldade dele para correr. Gil entrou no lugar dele: a substituição ideal, sem dúvida, era Bruno Méndez – principalmente diante de um jogo tão rápido. Mas tenho que admitir que ele jogou muito bem.

Aos poucos o time se encaixava, e eu gostava muito disso, porque marcação-pressão é uma coisa que sempre cobrei e que só com os rapazes estão nos proporcionando. Quando Raul Gustavo e João Victor atacavam os volantes os substituíam como líberos. E esse revezamento era feito conforme a necessidade, seja para ganho de velocidade com os zagueiros, seja para ganho de meio-campo com os volantes. As cobranças de Otero eram muito precisas. Cauê estava com grande dificuldade para entrar no jogo e até mesmo para fazer a parede, aliás, quase sofremos gol por conta de dois erros dele.

Notem como o Corinthians foi extremamente agressivo, principalmente pelo lado direito. Luan participou muito por ali em conjunto com Mandaca e Ramiro, ninguém se escondeu em campo – com a exceção do Cauê.

Observem que foi graças a Raul Gustavo e João Victor em conjunto com Ramiro que Luan foi abastecido, assim como Otero. Se o time não conseguia chegar na área, foi devido a pesada defesa proporcionada pelo rival – mas não se pode dizer que o Corinthians não tentou, porque tentaram e muito.

SEGUNDO TEMPO

As substituições de Mancini foram boas: percebendo que o problema do Corinthians não eram bolas na área, mas sim mobilidade, ele tira Mandaca para colocar Gustavo Silva, e tira Cauê para colocar Mateus Vital. Assim ganhamos um poder de passes e mobilidade extremamente alta. Com Luan de falso 9 alternado com Vital, o time ficou altamente ofensivo. Mas as cobranças de falta e de escanteios ensaiadas proporcionadas pelo Palmeiras, assim como os contra-ataques, assustavam demais. Léo Natel entraria no lugar de Ramiro justamente para ter alguém rápido na área quando conseguisse fazer a transição da ponta-direita para a área, uma vez que ele também é ponta-de-lança. Mais tarde entrara Jô, mas pouco adiantaria em termos de retenção de bola na área.

A dificuldade do Corinthians estava em conseguir superioridade numérica diante de um adversário altamente defensivo, principalmente pelo meio. Era difícil dar qualquer passe em profundidade justamente por esse fator. Por mais que Luan, Vital, Natel e Gustavo Silva tentassem, a marcação era muito forte. Mas infelizmente o segundo gol saiu num contra-ataque fulminante do adversário – e nesse gol, Cássio poderia ter se adiantado um pouco para pegar a bola, até porque o atacante demorou pra chutar. E infelizmente perdemos um pênalti, para o abatimento de Luan, que quis bater alto para dificultar para o goleiro, mas bateu na trave.

OUTROS DETALHES

Passes

O Corinthians realmente dominou o meio-campo. Observem só a quantidade absurda de bolas tocadas só nas pontas próximas à área, coisa que faz tempo que não acontece. Era isso que a gente queria há muito tempo e que a base vem nos proporcionando. Mas como dito antes, o mérito do Palmeiras foi em compreender muito bem o nosso jogo.

Perda de posse de bola


Isso revela muito o que aconteceu de verdade. Notem só a quantidade de bolas perdidas próximo à área e nas extremas pontas. O Palmeiras marcava num bolo de 5 a 6 jogadores concentrados na área e pressionando o meio-campo com a mesma quantia de jogadores.

QUAL FOI A FALHA DO CORINTHIANS?

O problema do Corinthians nesse jogo foi a dificuldade em jogar um pouco mais compactado pelo meio, triangulando por ali. O Corinthians foi pra cima, brigou o tempo todo, mas enfrentar um time que coloca de 5 a 6 jogadores concentrados na área e que marcam posicionalmente com essa mesma quantia de jogadores pelo meio, é natural que tenhamos dificuldades. Nesse sentido, me lembrou muito o jogo entre o Barcelona x Chelsea na Liga dos Campeões de 2012: o Barcelona atacando um Chelsea totalmente recuado, mas que era perigoso nos contra-ataques e bolas paradas. A saída pra isso é como eu disse: compactação no meio e triangulando para tentar gerar quebras de linha. Mas ainda assim seria muito complicado, visto que eles também possuem zagueiros muito rápidos para compensar a lentidão do Felipe Mello, daí o acerto tático do Palmeiras.

CONCLUSÃO

Compreendo quem não gosta no Mancini – eu mesmo discordo dele de muita coisa, como a manutenção de jogadores que taticamente não são viáveis. Mas é necessário entender que ele, de longe, é o menos culpado do que anda acontecendo internamente no clube. Isso fica visível quando é notada a diferença entre Gil, Fábio Santos, Jô e até há pouco tempo Fagner, comparando com os novos rapazes que entraram sob uma metodologia de jogo totalmente diferente de tudo o que foi visto durante muito tempo. Infelizmente, a burocracia aliada a política é o que impera e ao mesmo tempo mancha o esporte – São Paulo é um excelente exemplo disso. Não à toa, as críticas maiores que tenho visto agora não se dirigem ao técnico, mas sim a diretoria.

Pessoalmente, acho um erro Mancini sair do clube após finalmente achar peças boas e um time realmente titular, dando um padrão excelente sob um esquema com 3 zagueiros. Se perdemos jogos importantes, lembrem-se de que foi com outro time. Será que outro técnico que vier respeitará o que foi descoberto? Duvido muito: duvido até mesmo Carille aceitar jogar nesse esquema. Mas, como disse antes, a burocracia é o mal do esporte, e com o futuro tão incerto e nebuloso, só nos resta esperar pelo melhor – e cobrar para tanto.

VAI, CORINTHIANS!

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