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Post de João Cáyron no fórum "Análise dos jogos" do Meu Timão

Nesse jogo o próprio Lazaro disse que foi Sylvinho que terinou e armou o time

em Análise dos jogos > Análise tática Corinthians x River-PAR – Fernando Lázaro ensina...

Em resposta ao tópico:

Acham mesmo que o título foi provocativo? O torcedor perspicaz já percebeu que o título foi uma crítica. Sylvinho, quando perguntado se iria armar o time com três zagueiros, falou que quer uma linha de 4 porque ele está acostumado e porque “os atletas já me conhecem, faz parte da história do Corinthians a linha de quatro”. Para acalmar os ânimos, ele disse que não está fora de cogitação uma linha de 3...mas nem precisa dizer o quanto isso me irritou – e me deixou bastante ressabiado em relação a ele.

Evolução é a essência de tudo. A melhor comparação sobre evolução e o que impede isso é com a arte marcial: por muitos anos, os estilos chineses eram presos à metodologias severas e altamente burocráticas que limitavam o indivíduo ao aperfeiçoamento individual prendendo-os a rotinas de uma forma que muitas pessoas nem imaginam - e que se soubessem, duvido muito que queriam estar na pele dos aprendizes na época. Por serem altamente burocráticos, alguns em nível até mesmo ditatorial, não era incomum haver discípulos e mestres arrogantes, preconceituosos e belicosos, com alguns inclusive recorrendo à traição em prol de benefício próprio. Portanto, se estilos marciais foram perdidos foi por culpa deles mesmos: da burocracia arcaica que resistia a novas percepções, por mais que fossem avisados disso por outros discípulos e mestres de mentalidade aberta. Hoje em dia, temos uma riqueza de conhecimento e informação sobre o culto ao corpo e novos estilos são desenvolvidos devido a “globalização marcial”. O que classifica um estilo bom ou ruim é simplesmente o quão burocrático ele é, e um artista marcial não é definido pela sua qualidade em combate, mas por possuir integridade moral ao ponto de percepcionar situações imorais e as evitarem até a última das instâncias. Eu praticava Wing Chun e Jeet Kune Do até machucarem, de forma traiçoeira, o meu joelho no futsal, uma lesão que carrego permanentemente.

No futebol é a mesma coisa. A cada mês, a cada ano, variações são desenvolvidas e em outras ocasiões métodos antigos são recuperados dependendo da ocasião. Acontece que há uma linha muito tênue entre evolução e o retorno ao princípio. Estamos há mais de 10 anos sob um esquema que foi revolucionário em seu tempo e que hoje já é previsível. PREVISÍVEL, NÃO IMPRESTÁVEL. Nenhum esquema tático é imprestável. O problema é a burocracia que torna o esquema “imprestável”.

Em um jogo que não valia mais a classificação, mas valia pouco mais de R$ 600 mil para os cofres do clube, chances foram dadas para jogadores bem específicos, enquanto que os considerados titulares foram poupados para a estreia do Brasileirão contra o Atlético-GO e a Copa do Brasil novamente com eles e ambos os jogos em casa. E aproveitam muito bem essa chance. Sempre tenho falado de aonde Araos e Ramiro rendem em campo, e também tenho ressaltado a força criativa do Adson e o poder de chegada do Roni – e precisou botar um analista-chefe do CIFUT como treinador, que acompanha tais dados, para provar. É claro que Luan, Gustavo Silva e até mesmo Camacho mereciam a titularidade, mas que realmente temos reservas à altura – que agora nem podem ser chamados de reservas, mas sim um time alternativo – isso temos.

O time jogou um jogo muitíssimo melhor que da primeira vez com eles. Na primeira vez, os jogadores eram outros, mais lentos e apáticos, propositalmente jogando sem objetividade. Agora foi visto um outro time, mais inteligente e brigador. Não se enganem que é por causa do novo técnico que o time jogou assim, mas sim foi por muito mérito de Fernando Lázaro – que mostrou quem é Araos e Adson – junto com a qualidade e eficiência natural dos jogadores. Com olhos analíticos, vamos ver o que aconteceu em campo.

PRIMEIRO TEMPO

Quem treinou o time é o analista-chefe do CIFUT, que mostrou que tem dados estatísticos e provou muita coisa sobre vários jogadores, principalmente Araos. E ele me surpreendeu pela segunda vez. O Corinthians jogou num 4-2-3-1 para ganhar campo e dependendo do jogo alternava para um 3-4-3 em ataque. Esse 3-4-3 acontecia da seguinte forma: se o ataque fosse pela esquerda, Raul Gustavo se adiantava, mas se fosse pela direita, tanto João Victor quanto Bruno Méndez desciam dependendo da ocasião – embora quem descia mais era Méndez por saber aproveitar mais a velocidade do que o Victor. Victor é insinuante se infiltrando no meio, mas Méndez é mais vertical e preciso nesse âmbito. Em ambas as ocasiões, Fábio Santos era o terceiro zagueiro, uma vez que sofre de velocidade para se recompor defensivamente. Portanto, podemos dizer que o esquema tático foi desenvolvido em prol dos zagueiros.

Ramiro e Roni ajudavam e muito na saída de bola. O fato de não ter um primeiro-volante fixo prevalecia e muito a característica dos dois, principalmente para Ramiro, que sempre preferiu jogar solto pelo meio. Tendo Araos e Adson trocando de posições, o ganho de qualidade que Ramiro teve foi absurdamente alta, evidenciando por toda aquela criação de jogadas e gerando o escanteio que gerou naquele gol de placa do Ramiro.

O segundo gol foi uma prova muito evidenciada para os críticos de Àngelo Araos. Ele é um articulador-externo pela esquerda que faz a transição pelo meio...E deu um excelente passe longo para Bruno Méndez, livre, que correu para a linha de fundo e cruzou para o gol de Jô.

Já no terceiro gol, houve um detalhe importantíssimo: quem começou o ataque a partir da defesa foi justamente Mateus Vital. Ele deu um passe para Adson naquele buraco berrante proporcionado pelo adversário, e Adson correu pelo meio e deu um passe pra lá de primoroso para Mateus Vital em profundidade, o deixando na cara do gol.

Olhem esse mapa absurdo de interações entre jogadores, de um nível que nunca vi na história do Corinthians. Raul Gustavo interagiu com João Victor em absurdas 29 vezes, e João Victor interagiu com Raul Gustavo em absurdas 27 vezes. Nem precisa explicar a diferença entre esse jogo e o da primeira vez contra o River, aonde o time foi apático e a maior interação foi provocada pelo Gil com 23 passes em todo o jogo: naquele jogo os passes foram na defesa e sem objetividade alguma, enquanto nesse jogo temos zagueiros que participam em ataque.

SEGUNDO TEMPO

Victor Cantillo é realmente um jogador fora no normal quando se trata de passes. Só errou 4 passes de 50 e acertou todas as 8 bolas longas que meteu, além de dar uma assistência e criar uma chance perigosa. Me lembra muito a Formiga quando se trata de bolas longas. Semelhantemente ao segundo gol, Cantillo lança um passe pra lá de primoroso dessa vez para Ramiro, contando com uma bizonhice do goleiro que tentou dar uma de líbero e calculou mal...então bastou Ramiro tocar a bola por cima do gol. Seria o último lance dele, pois seria substituído por Vitinho. E o Corinthians iria pra cima, criando oportunidades até o fim.

OUTROS DETALHES

Notem o forte poder ofensivo do time, evidenciado no mapa de calor completo e no campo de passes mesclado com o gráfico de passes por tempo. O time foi pra frente, com toques objetivos e altamente precisos, errando muito poucos passes.

Observem como Ramiro foi muito importante em ataque junto com Adson e Araos. Eles revezavam posições o tempo todo. Araos só errou 2 passes de 42, e foi o principal criador do time. Notem o quanto Adson é o meia realmente completo, do tipo que é raro hoje em dia. Não à toa ele foi peça primordial da base. Ele tem tudo pra ser titular dessa equipe.

O nível de precisão de passes para assistência é muito bom. Olhem aonde foram desferidos os passes da grande área pra trás.

CONCLUSÃO

Sylvinho vai ter que pensar duas vezes em querer manter o chamado “DNA” do clube em vez de tentar jogar com três zagueiros e alternando de esquema tático. Não podemos desmerecer o que foi descoberto, pois minaria a eficiência dos jogadores. Seria uma regressão ao previsível.

Não que não seja possível jogar num 4-2-3-1 ou 4-1-4-1 de modo ofensivo tradicional, mas não há porque negligenciar o jogo posicional em favor de uma filosofia já conhecida, mantendo jogadores presos em suas posições e tocando em linha de modo burocrático. Temos jogadores que atendem uma característica estratégica e tática muito específica de ofensividade. Sylvinho tem muito conhecimento, só espero que ele não desmereça os outros conhecimentos que foram gerados em prol da burocracia. Até porque, como foi dito antes, quem treinou o time é o analista-chefe do CIFUT, que mostrou que tem dados estatísticos e provou muita coisa sobre vários jogadores.

VAI, CORINTHANS!

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