Igor Silva
O Sylvinho paga pau para o Técnico da Itália
Ele faz o msm esquema
em Bate-Papo da Torcida > O Corinthians deveria se espelhar no esquema tático da Seleção...
Em resposta ao tópico:
Com a iminente chegada do Róger Guedes é natural começarmos a fazer projeções de escalações. Acredito que com as características dos jogadores úteis que já temos, somados aos reforços que estão chegando podemos projetar utilizar um esquema tático semelhante ao da Itália na Euro, pode parecer absurdo, mas explico.
A seleção Azzura foi ao fundo do poço em 2018 e vem de uma reconstrução incrível, mas isso se deve a utilização simples e completa de uma geração boa de jogadores, mas que passa longe de ser mais talentosa do que gerações sub utilizadas como por exemplo a francesa e inglesa. O técnico Roberto Mancini faz o simples, mas muito bem feito, atua num esquema onde pode encaixar todos seus melhores jogadores e não abre mão disso, a seleção italiana atua num 4-3-3 onde apesar dos vários destaques defensivos e ofensivos tem sua alma no meio campo, formado por uma trinca de meias encabeçados por Jorginho que atua logo a frente dos zagueiros, Jorginho passa longe de ser um volante cão de guarda, marca sim, mas tem como essência a distribuição de jogo e controle da posse de bola, tanto que no Chelsea quem desarma e muito ao seu lado é Kante, se observar Jorginho atuando verá que ele infiltra pouco, e não finaliza muito, seus gols são em sua maioria de pênalti, mas tem uma qualidade de passe e controle de ritmo de jogo incrível, a frente dele atuam na mesma linha Verratti e Barella, meias combativos mas que novamente tem como essência o controle da posse e munição ao atacantes, e a frente no ataque, dois pontas destros, sendo Insigne mais criativo e Chiesa mais rápido e agudo, fechando o ataque com Immobile de centroavante, longe longe de demonstrar na Euro seu melhor futebol. Na defesa a Azzura atua com dois experientes zagueiros com boa saída de bola, enquanto nas laterais Spinazzola ataca por vezes como um ponta esquerda surpreendendo a defesa adversária, enquanto na direita Di Lorenzo segura mais suas subidas liberando Spinazzola, especificamente por ter menos característica e qualidade para isso, e Mancini sabe disso.
Onde quero chegar? Vejo o Corinthians agora com material para atuar da mesma forma (pessoal, por favor, jamais estou comparando qualidade técnica entre os dois times, apenas características e sistema tático). O primeiro ponto é a utilização de Cantillo como primeiro homem a frente dos zagueiros, esse é um dos debates mais intensos do Fórum nos últimos dias, sou dos que acredita que ele pode atuar como Jorginho atua na Itália, um meia que distribui o jogo, e controla a posse, mas que não tem como característica a infiltração na área adversária e o combate homem a homem no meio campo, tendo a sua frente na função de Verratti e Barella respectivamente Renato Augusto e Giuliano, que armam e controlam a posse de bola ao lado de Cantillo, assim como a Azzura o Corinthians também têm (possivelmente) dois pontas destros, Mosquito atuando pela direita de forma aguda como Chiesa, e Róger Guedes na do Insigne, sendo mais criativo na armação, e para fechar o ataque temos o Jô, que assim como Immobile vive uma má fase, mas que com um meio campo de tamanha qualidade pode ser decisivo e incomodar o miolo de zaga adversário para infiltrações dos meias, um novo centroavante em seu lugar seria bem vindo? Seria, mas temos que ser realistas que é difícil no momento. Na defesa temos dois laterais que podem atuar de forma semelhante aos italianos, apenas invertendo o lado das coisas, digo, Fagner atuando por vezes quase que como um ponta direita surpreendendo a defesa adversária, enquanto Fábio Santos ou Piton seguram mais as subidas para não expor a defesa.
Galera, novamente, longe de comparar qualidade técnica dos dois times, mas o conceito de jogo pode ser o mesmo, logo afirmo: Sylvinho não é o cara que vai implantar essa mudança em nosso jogo como fez Mancini com a Azzura, precisamos de um técnico de verdade, e aí mora o drama, não vejo no Brasil nenhum técnico capaz de chegar perto do trabalho de reconstrução do fundo do poço a glória como fez a Itália capaz de fazer o mesmo no Corinthians. Mas, se não nos basearmos nós ótimos exemplos, vamos nos basear em quem? São duas camisas pesadas, tradicionais e vitoriosas, ambas até então em crise profunda, cabe um treinador de verdade para nos colocar no trilho da glória novamente.