Guilherme Ginjo
Há tem um ponto importante. Quem quer lavar dinheiro, não dá calote, muito menos um calote midiático desse. Pelo simples fato, como você expos, o cara que precisa lavar dinheiro precisa gastar. As empresas de apostas que estão espalhadas nas camisas de clubes do mundo, não nos deixam mentir. Muito menos aqueles figurões que investem a fundo perdido, sobretudo na Inglaterra (o dinheiro do Kia é proibido aqui e celebrado lá). Então, infelizmente, a Taunse tende mais a ser uma picaretagem para aparecer, do que uma lavagem de dinheiro (pelo menos se pensarmos que seriam competentes para lavar o dinheiro)
em Bate-Papo da Torcida > Não quis falar nada há um tempo atrás pra não comprar briga
Em resposta ao tópico:
A taunsa sempre me cheirou mal.
Explico: a minha formação é em Direito e o campo que eu mais me dedico a estudar é o direito penal econômico. Em especial, o crime de lavagem de ativos (ou de dinheiro, como é mais conhecido). Inclusive, o projeto de pesquisa que estou desenvolvendo para meu mestrado em direito econômico é nesse campo.
O que, basicamente, se entende por lavagem de ativos? Explicando de uma forma simples: a lavagem se dá quando você tenta converter bens, direitos ou valores provenientes de infração penal (crime ou contravenção), ou seja, que são ilícitos, em lícitos, ou, pelo menos, dá uma aparência lícita a esses ativos.
Você não ganha dinheiro quando lava. Pelo contrário. A lavagem é um gasto que o infrator tem para conseguir escapar ileso da prática criminosa. Então digamos que você ganhou 15 a 20 milhões de reais com tráfico de drogas. Você vai gastar uma parte desse valor com lavadores profissionais para que eles façam a conversão dos ativos em lícitos, compreendem? Se tiver alguém aqui que trabalhe com compliance, vai poder atestar o que falo.
O que isso tem a ver com a taunsa?
Vejam, um dos mercados que os traficantes e lavadores de dinheiro de uma forma geral adoram é o agronegócio. É relativamente 'simples' lavar dinheiro nesse mercado, se comparado a outros que impõem mais restrições.
É uma suspeita até bem simples: como uma empresa que ninguém conhecia antes, que ninguém conhece alguém que trabalhou lá... Movimenta tanto dinheiro? Isso torna uma empresa necessariamente ilegal ou envolvida com ilícitos? Não, mas é um ponto de muita desconfiança.
Não sei se tem alguém aqui do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Se tiver, essas pessoas podem atestar: traficantes adoram adquirir bens no agronegócio. Cabeças de gado, fazendas... De novo, é um mercado muito fácil de se lavar dinheiro.
Eu não vou entrar em aspectos mais técnicos pra não virar um texto cansativo e chato mas repito o que disse no título: da minha parte, a desconfiança existe desde o começo. Não falei nada antes porque seria massacrado aqui no fórum.