Thélio Caudinski
Diante de uma necessidade necessária no combate ao racismo, a injúria racial e etc, nos acostumamos a pregar punições sumárias e, antes mesmo de qualquer investigação ou elucidação dos fatos, todo mundo se posiciona: 'Temo que ser demitido, não tem boca!', ou 'Fogo nos racistas!'.
As pessoas, antes de qualquer coisa, querem e exigem posicionamento rápido e intempestivo. Mas isso traz problemas inclusive ao denunciante.
Vejam como esse alvoroço desmedido nesta situação coloca as vítimas, inclusive, em uma posição ruim. É quase impossível o Edenilson dar um passo atrás em eventual reconhecimento de que o pode apenas ter entendido errado o que o Rafael eventualmente disse.
Da mesma forma como o Edenilson e o Rafael não podem mais chegar a um acordo, onde um se desculpa e o outro reconhece pondo ponto final na história. Porque se o Rafael eventualmente se desculpar por ter dito alguma ofensa, todo mundo ao redor vai pedir sua cabeça mesmo assim, e as desculpas do Edenilson não servirão de nada.
Isso vale para todo caso semelhante. Essa ânsia em culpar, punir, defenestrar, não traz justiça.
Se dependêssemos da posição de algumas pessoas que se acham moralmente superiores por terem dado posicionamentos extremados e precoces sobre o caso, o Rafael estaria preso, sem contrato e com a cara esfregada no asfalto sem qualquer comprovação do que teria dito.
Da mesma forma o Bambu estaria preso, sem contrato e com a pecha de estuprador. E quem diria, para os precoces e donos da mais alta moral e irretocáveis, o Bambu já estava condenado...
em Bate-Papo da Torcida > Tratamos mal as questões de racismo