Primeiro de tudo: ansiedade. Ansiedade para definir de vez o local do jogo, ficou uma dúvida entre Cascavel e Londrina. Tudo resolvido, corri para comprar os ingressos fisicamente, afinal, não dava para ter erro.

A última vez que o Corinthians jogou aqui foi há 42 anos, em um dos jogos inaugurais do mesmo estádio. As pessoas podem falar que o Corinthians jogou recentemente em Maringá, ou Londrina e Curitiba. Mas Cascavel fica a 300 KM da mais próxima destas, e há 500 km de Curitiba. Não é simples ver o Corinthians. A distância de SP? 923 KM, e mesmo tendo avião e etc, exige muito planejamento.

A região de Cascavel tem quase 1 milhão de habitantes, entre todas as cidades miúdas ao redor, até Foz do Iguaçu. Não é uma completa roça, mas é absolutamente longe dos grandes jogos e dos grandes times.

Dito isso, fica óbvio que é o jogo da vida para milhares de pessoas, até para aqueles que não são corinthianos... E havia muitos para ver o Grandioso de Itaquera.

Comprei um ingresso a pedido de um amigo meu. E para entregar para ele antes do jogo começar? Foi uma caçada na gigantesca fila. Só Deus mesmo para nos ajudar, pois tanto eu, ele, meus amigos e minha esposa teríamos um infarto caso essa operação não desse certo.

Foi um ambiente familiar, toda a torcida pôde curtir o jogo. Uma bela história para muita gente. Apesar do vucovuco, foi uma experiência tremenda pra muita gente. E não só por ver o time, mas participar da torcida com nossas organizadas, que são muito animadas, levantam o astral de todo mundo, e tudo fica melhor e mais divertido (inclusive, SIM AS BANDEIRAS E AOS SINALIZADORES).

Algumas pessoas reclamaram do gramado. O gramado estava bom, a cor engavana, pois foi um pouco queimado pelo sol, então isso fazia parecer que não estava bom, mas era só queimado do sol mesmo, a bola rolou normalmente.

Para aqueles que achavam que o jogo deveria ter sido em São Paulo, só lamento... Precisam lembrar que o Corinthians é o CLUBE MAIS BRASILEIRO.

Está sem clube o ex treinador do Red Bull. Não é dos meus preferidos, mas... É um bom nome.

Assino embaixo.

Augusto Melo tem a oportunidade, antes que seja tarde demais, colocar as claras a situação que a R&T deixou. E isso significa preparar uma super coletiva mostrando todos os dados e números da situação do Corinthians, dívida por dívida, e todas as coisas suspeitas.

Ao mesmo tempo, separar os jogadores que estão atrapalhando, se possível, mandar embora. Ou está 100% ou não está. Independente de quem for.

Se o presidente deixar passar isso, esperando que no próximo jogo virá uma vitória que fará esquecer tudo isso, ele cairá em descrédito ao longo do tempo...

Na montagem de um elenco, especialmente quase do zero como é o atual, penso que deveríamos ter uma ideia de time para ser alcançada, onde os reforços buscados seriam focados em encaixar numa ideia de jogo. A última vez que se tentou fazer isso foi com o Thiago Nunes, que deu errado mais pela qualidade das peças (vide Luan, Cantillo e outros).

Hoje, o time do Corinthians não tem um desenho para o que vai se tornar. É um time reativo? Quem é o ponta? Quem é que lança o ponta? Qual o posicionamento dos volantes? Qual o posicionamento dos laterais?

Entendo que com a falta de reforços fica difícil para o Mano. Ao mesmo tempo, nas últimas temporadas, mesmo com elenco completo, também faltava isso. Acabávamos fazendo o que dava com as peças que tínhamos. Era um time indeciso que não sabia o que fazer com e sem a bola, pois as peças disponíveis não permitiam formatar nenhum estilo de jogo adequado.

No final das contas, a disputa não é se somos retranqueiros ou ofensivos, mas é se soubermos fazer bem uma proposta de jogo. E hoje, pela falta de peças, não está dado qual é a proposta. Não temos como jogar no contra-ataque sem ponta de velocidade, sem volantes que saibam fazer a saída de bola com verticalidade.

Creio que precisa ficar mais claro para todos qual é o objetivo de jogo do Corinthians.

Eu fui um entusiasta da candidatura dele, mas pela saída da R&T do que precisamente pelo Augusto. Mas sabemos que ele prometeu bastante, até ampliação da arena. No entanto, a realidade agora é a necessidade de renovar o elenco do futebol, só que isso não é simples.

Precisamos trocar muitas peças. Só que isso significa dinheiro, tanto a pagar para quem sai, quanto para quem vem. Talvez teremos surpresas desagradáveis como a permanência de jogadores como um Gil ou Giuliano, meramente pela dificuldade do mercado externo.

Mas é inegável que o Corinthians não pode ficar com a maioria dos que lá estão por uma questão óbvia: gasta muito com um elenco que não rende nada.

O senhor Fatner sequer conseguiu desempenhar ontem, num jogo que não valia nada.

Se olharmos friamente:

2 lateral direito (se o Fatner não ficar, e eu quero que não fique)

1 lateral esquerdo

1 zagueiro

2-3 meias

1-2 atacante de lado

1 centro-avante

Isso é o mínimo do mínimo. O próprio Augusto falava de 12 a 14 jogadores. Mas como trazer isso na atual realidade do clube?

E eu não digo que precisamos de muitos craques. Mas qualquer bagre hoje é caro.

A realidade é muito dura...

Mano já falou algumas vezes que dá preferência aos medalhões pelo simples fato de que é eles que precisam carregar a responsabilidade. Em outras palavras: é eles que precisam tapar o buraco que cavaram.

Luxemburgo é atualmente um péssimo treinador, mas com ele descobrimos o Pedro, o Wesley, Moscardo, Murillo e outros jogadores da nossa base que devem render bons frutos.

Carille, por outro lado, embora tenha trabalhado bem com o Maycon, por exemplo, é um cara que aprovou contratações como de Paulo Roberto, o reserva do Sport. Além de amar caras como Clayson, em vez de procurar alternativas em nossa base.

E não que os caras da base sejam craques, mas antes economizar com alguém aqui, que sair contratando pé de rato de fora que, coincidentemente, é do mesmo empresário do treinador.

Fora isso, é um bom treinador.

As finanças do Corinthians devem estar piores do que pensamos, e combinando isso com a possível saída da R&T da presidência, cria uma situação apocalíptica.

O mesmo grupo estar desde 2007 no poder significa muita coisa. Imagina quantos cargos e contratos para beneficiar este grupo? Quantas pessoas mamando nas tetas, quantas coisas mal-feitas podem estar em risco? Junte isso ao fato de que o mesmo grupo não foi capaz de resolver o problema que eles mesmos criaram, que é as finanças fora de ordem.

Sem dinheiro para investir, o time não ganha, se o time não ganha, não fatura, não tem dinheiro para encobrir os problemas.

Por isso a necessidade de fazer dinheiro rápido. 'Precisa' vender rápido os jogadores para fazer caixa, pois não tem mais entradas, tudo está compromissado.

Isso terá consequências que já sabemos. Se elegerão um presidente que não seja R&T, ele terá força e coragem para evidenciar os problemas? Trazer clareza à situação do clube?

Como não teremos dinheiro, como será a montagem da nova base do elenco?

Sim, com certeza. Mas, por exemplo, o time não tem estrutura. É frágil. Se conserguirmos resolver a fragilidade, que é o nosso meio e a falta de volantes, acho que o futebol dos caras da frente melhoram.