Lia Lima
vocês tem algum grupo de WhatsApp do Timão pra gente bater papo?
Se tiverem me coloquem aee por favor
45 91169182
desde já agradeço
em Bate-Papo da Torcida > Corinthians: time de quem?
Em resposta ao tópico:
Pessoal, depois desse período de copa do mundo, voltamos a viver mais intensamente o Corinthians. Um dos assuntos é o preço dos ingressos. Vira e mexe me deparo com o questionamento: 'O Corinthians deixou/deixará de ser o time do povo? '. O assunto é polêmico, e eu queria dar aqui a minha opinião.
O Corinthians surgiu como um time de operários em um contexto em que o futebol era um esporte amado por todos, mas praticado por poucos, ao menos em São Paulo. Desde cedo é visto como o time do povo. A sua consolidação entre os maiores clubes da cidade por si só já é uma vitória. Ser do povo é da essência do clube, assim como é da essência de um outro clube da capital a inspiração italiana.
Em vista disso, poderíamos pensar de forma simplista e cobrar o barateamento do ingresso. Só que o futebol de hoje é um espetáculo caríssimo. E é uma idiotice achar que o problema é no Brasil. O Corinthians concorre com clubes do mundo inteiro que pagam altas cifras para ter os jogadores daqui. Não dá pra enfrentar esse quadro só com a lei ou com o apelo à paixão dos profissionais. O jogador vive do jogo e vai sempre correr atrás de uma vida melhor para a família, ainda que tenha que se mudar para bem longe. E como nós não podemos ser condenados a um papel secundário no futebol mundial, precisamos de dinheiro. A pergunta é de onde tirá-lo.
Poderíamos apelar para os patrocinadores e viver sob a ilusão de que o povo não estaria indiretamente pagando a conta. Seria besteira, porque nenhuma empresa passa dinheiro por caridade. Existe uma contrapartida. Ao nos deixarmos patrocinar por um banco, por exemplo, estamos expondo uma marca Brasil afora, e, em troca, o banco consegue vender o produto dele mais caro. Ganha em cima das pessoas. Além disso, o patrocínio nunca vai nos diferenciar tanto assim dos outros clubes do mundo. Poderíamos também, como muitos sugerem, vender ações em mercado aberto, mas aí sim é que o Corinthians deixaria de ser o time do povo, pra ser o time dos investidores. Poderíamos nos apoiar só em cotas de tevê e seríamos mais do mesmo. Poderíamos vender jogadores e nos contentar com a eterna mediocridade. Nada disso me entusiasma.
Fiquem à vontade para tentar me convencer do contrário, mas para mim o grande diferencial do Corinthians tem que ser a bilheteria, me desculpem. A torcida vai ser sacrificada? Vai, mas é com o suor do povo que o Corinthians chegou até onde chegou e é assim que tem que continuar sendo para ser fiel à sua essência. Estamos em muitos e temos que contribuir para bater no peito e falar que é nosso.
A propósito, sou contra a divisão dos assentos na arena da forma como eles vêm sendo divididos. A disparidade é muito alta. É pra arrecadar alto? Que se cobre caro, mas que seja melhor distribuído. Não acho nada bonito que o nosso time, o time do povo, seja custeado por uma maioria burguesa que possa pagar a numerada enquanto nós fingimos que contribuímos.
O Corinthians é o time do povo e tem que ser feito pela força dele.