Adilson Paulo
Esta certo mas devemos lembrar que o Mano já esta fora e ele quer provar que merece ficar no club pois recebe seu mais de meio milhão todo mês sem atraso mas isso vem mostrando que ele esta conseguindo ajeitar esse time do Corinthians mesmo com tantos jogadores fraco no elenco! Vamos ficar aguardando pois vai ter que ter mudanças!
em Bate-Papo da Torcida > Texto de Gustavo Hofman (ESPN) sobre o Corinthians desse ano
Em resposta ao tópico:
Existe um motivo para o Corinthians ser criticado, e este não pode ser esquecido tão facilmente
Acredito ser necessário retomar um debate que se tornou muito forte após a Copa do Mundo. Logo depois do belíssimo Mundial que aconteceu no Brasil, com grandes jogos e um ótimo futebol, o torcedor brasileiro 'percebeu' a qualidade ruim do que é jogado por aqui. Assim, coloco o Corinthians no cerne desta discussão.
São 63 pontos conquistados em 35 jogos, com a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro (25 gols sofridos) e 44 gols marcados, média de 1,25 gols por partida. Faltando três rodadas para o término da competição, a equipe ocupa o terceiro lugar, a apenas três pontos do São Paulo e muito distante do líder Cruzeiro, com 73, virtual bicampeão brasileiro.
Portanto, analisando friamente os números, a campanha do alvinegro no Brasileirão é excelente. A questão que envolve o Timão, no entanto, vai além dos resultados obtidos.
Mano Menezes utiliza atualmente a ironia para rebater os questionamentos que sofreu nos últimos meses. É um direito pleno dele rebater as críticas da maneira que quiser, assim como enxergar o futebol de maneira mais ortodoxa.
Com o elenco que tem e o poder de investimento do clube à disposição, o Corinthians deveria e poderia jogar um futebol mais vistoso, sem deixar a eficiência de lado. Não é pedir demais ou ser fantasioso; É olhar para o futebol jogado na Copa do Mundo e desejar que os brasileiros voltem a jogar algo parecido com aquilo.
Intensidade, movimentação, ofensividade. Tudo isso aliando o empenho tático.
Logicamente, e isso foi muito ressaltado depois do Mundial, não há nada maior nesse esporte do que a principal competição entre seleções do planeta, e naturalmente não se deve esperar de um campeonato nacional o mesmo nível de jogo. Porém, devemos tomar como padrão o futebol jogado em mais alto nível e tentar alcançá-lo ao máximo.
A partir do momento em que a Alemanha encerra a Copa com Toni Kroos e Bastian Schweinsteiger como meio-campistas com maiores responsabilidades de marcação, uma mensagem clara é passada para todo planeta bola: o futebol mudou.
Não há mais espaço no jogo moderno para 'volantes' e 'meias-atacantes', e sim para os meio-campistas: jogadores dinâmicos, inteligentes taticamente e que atacam e defendem com a mesma qualidade. Sempre buscando o gol, tentando alcançar o objeto máximo do jogo.
Não podemos exigir tais qualidade, imediatamente, de times menores e carentes de talento. Devemos, por outro lado, esperar de Renato Augusto, Jadson, Elias, Petros, Lodeiro, Guerrero e cia mais qualidade, e do treinador destes atletas a disposição em fazer seu time jogar futebol de maneira eficiente e vencedora, buscando justamente a qualidade ao invés apenas de força defensiva.
É muito óbvio para mim que Mano Menezes seja um ótimo treinador. Ninguém ocupa os cargos que ele ocupou e conquista o que ele conquistou sendo ruim. Por tudo isso a cobrança sobre ele e o Corinthians para praticar um futebol mais vistoso precisa existir, diferentemente do que fazemos sobre a Chapecoense, por exemplo.
Para esperar algo a mais de times menores, uma revolução na base é necessária, e essa mudança (se acontecer algum dia no Brasil) não será da noite para o dia. Levará anos, quiçá décadas.
Mano não é o único culpado, apesar de possuir enorme parcela de culpa. A sequência de trabalho para qualquer profissional é fundamental na evolução das ideias, mas estas precisam estar de acordo com o novo - e este não pode ser conflitante com a mentalidade dos dirigentes. A instituição de uma filosofia de jogo, clara e aberta a todos, ajudaria o desenvolvimento de qualquer clube.
O calendário brasileiro é um empecilho lógico na busca pela qualidade, mas o Cruzeiro de Marcelo Oliveira está aí para provar que é possível buscá-la, aliada à eficiência e ofensividade. Não é utopia.
Esse raciocínio, de certa maneira complexo diante do conversadorismo futebolístico brasileiro, serve também para a Seleção Brasileira - como defendi durante a Copa e depois dela. A equipe não deveria apenas mirar os resultados imediatos, o ouro olímpico e a conquista da próxima Copa do Mundo. Percorreria o caminho correto se buscasse a revolução de sua estrutura e mentalidade, algo que vai muito além de mais uma taça.
Eu serei coerente com minhas ideias até o final. Isso não significa tapar os olhos para bons trabalhos, mas acredito ser o meu dever como amante do futebol exigir mais qualidade. Da mesma maneira que, felizmente, muitos exigiram depois da Copa e agora, infelizmente, se esquecem e olham apenas para os números.
É possível jogar um futebol melhor.
Não podemos ter memória tão curta.
Fonte: http://espn.uol.com.br/post/461291_existe-um-motivo-para-o-corinthians-ser-criticado-e-este-nao-pode-ser-esquecido-tao-facilmente