Kaio Lopes
À FIEL, que durante 23 anos cresceu, quando, na verdade, qualquer outra Instituição perderia seu público;
À mesma FIEL, contrastada, embora única, responsável por um tremor terrestre no momento em que, após a garganta guardar um grito sufocante, explodiu, impressionou, engrandeceu mais e mais, cada vez mais, se é que seja possível haver mais enquanto o máximo já fora atingido;
À ela, aquela massa colossal, emocional, que, embora sabida do seu poder, nunca colocou-se frente ao que a fez nascer, o Corinthians;
À inigualável e corajosa Fiel, impositora de história, feitora de fascínio, corda sustentadora para quem dar-se-á felicidade;
À mistura de povos, entre riqueza e pobreza, capaz de superar tais contrariedades sociais a fins espirituais, que se dá na arquibancada, fora delas, em casas, ruas, bares, empresas, qualquer lugar onde se tenham ondas de rádio, transmissões de TV's, estas que dão acessibilidade ao que para essa gente é necessário: gritar Gol!
À Fiel regional, porque, afinal, de fato éramos, talvez ainda sejamos, e também nacional, internacional, como fatos ainda maiores comprovam;
À invasora e transcendente Fiel, quebradora de recordes antes somente obtidos em deslocamentos de guerras, causadora de frissons e arrepios tomadores dos corpos cansados, exaustos de tanto torcer, mas jamais satisfeitos por fazê-lo;
À tão visível nuvem alvinegra, que em 90 fez do Brasil um país preto e branco, numa - pasmem! - incoerente mistura de cores, do Norte ao Sul, Oiapoque ao Chui, de cima para baixo, por todos os lados, de maneiras distintas, embora, com tudo isso, tenha-se tido um único intuito: mostrar-se - não que fosse necessário, tamanha clarividência da nação perante à isso;
À Fiel sofredora, que por anos sofreu sem que o seu valor tivesse sido posto em prática e homenageado em campo por meros guerreiros, de fato apoiados, mas infelizmente incapazes de reconhecer a grandeza que sobre eles fazia-se presente;
À Fiel gigante, na qual outros atores tentam se inspirar, uns até têm a imatura necessidade de provar ser maior que a original, mas ser maior é subjetivo, e nesta subjetividade - até fora dela - a maioridade é nossa;
À ela, somente para ela, de quem por ela sente orgulho, e para ela moveria mundos.
À Fiel crente, desafiadora do ceticismo tentado pela mídia, que calou todos com gritos de guerra, sem que para isso tivesse sido feito tanta coisa, apenas o tal do torcer, apoiar, fazer da fidelidade poder de transformar sonhos em realidades, vitórias em conquistas. E, assim, fez do que já era gigante um colosso no alto de seu trono, mas ainda com honra, honestidade e, acima de tudo, humildade.
À Fiel, decido tais palavras. Porque, leal como somos, unidos como hão de sermos, faremos delas uma forma de reconhecermo-nos.
PARABÉNS, FIEL! Se o Corinthians tem esse tamanho, a culpa é nossa. Porque culpa se aplica também no que é bom, e a mesma culpa negativa que nos cercou por pseudos-fieis e contrários à nossa fidelidade, fez-se contrária ao positivismo dessa culpa atual, que nos levou onde estamos e daí tão cedo - ou jamais - sairemos.
De: Kaio Lopes.